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Limites

Lidar com os limites na educação familiar sem dúvidas é um dos maiores, senão, o maior desafio dos pais em educar os seus filhos. Da mesma forma no cenário empresarial, bons gestores e líderes precisam saber trabalhar com limites, minimizando ao máximo atos de indisciplina e insubordinação em busca de respeito e harmonia no ambiente de trabalho.

Assim, para se construir uma ponte da educação familiar à corporativa, com limites,  proporcionando um ambiente saudável, entrevistamos a especialista em ambos assuntos, a filósofa, mestre, professora adjunta da UFRJ, escritora com 24 livros publicados no Brasil e no exterior, dentre eles “Limites sem trauma, construindo cidadãos”, Tania Zagury, que contribuiu com sua rica experiência na edição desse mês. Leia a entrevista no final dessa edição ou clique aqui.

Bastidores

  • A opção pelo Simples Nacional aumenta a carga tributária de algumas empresas de serviços, como, por exemplo, consultoria, medicina, odontologia, representação comercial, dentre outras. Variando de 16,93% do faturamento a 22,45%.
  • A emissão de Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica, NFC-e, será obrigatória no Pará, a partir de junho de 2015, para 767 estabelecimentos comerciais.
  • Das 206 mil empresas abertas no Estado do Rio de Janeiro em 2014, 79,4% estão classificadas como MEI.

Novos Desafios

  • Edneia Renó da Silveira é a nova Gerente de RH da Quiksilver Brazil.
  • David Esteves assume a Gerência de T.I. na Sá Cavalcante. 

Dados Impressionantes

  • Mais de 30 mil empresas de Juiz de Fora aderem ao Supersimples
  • No ranking da Coursera, principal site que oferece cursos on-line, com 10 milhões de perfis cadastrados, o Brasil ocupa o quarto lugar, com 375 mil usuários, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Índia.
  • Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o Brasil ocupa a sexta posição no ranking por unidades franqueadas, atrás dos EUA, China, Coréia do Sul, Japão e Filipinas. 

Agenda

  • 3 a 6 de Fevereiro – São Paulo – SP
    Feria ABIMAD – Feira Brasileira de Móveis e Acessórios da Alta Decoração
    Informações: www.abimad.com.br
  • 19 a 21 de março de 2015 – Brasília – DF
    Expo Franquias
    Informações: http://bit.ly/1tnkWfT

Entrevista

Esta coluna é destinada a entrevistas com especialistas, gestores, executivos e empresários de destaque.

Segue abaixo a entrevista de Tania Zagury.

PME NEWS – Em seu livro “Limites sem trauma, construindo cidadãos” é interessante a forma como você aborda os limites na educação. Fazendo uma analogia às empresas, como é possível o gestor trabalhar dentro do limite,  sem trauma, construindo equipes?

Tania Zagury- O gestor pode seguir a orientação que apresento em meu livro, sobre como ensinar limites, adaptando à situação empresarial, porque a questão é hoje prioritária em muitas instituições. Vivemos numa sociedade cada vez mais competitiva; por outro lado, percebe-se crescente descompromisso dos empregados em relação à empresa. Somados esses dois, fica fácil perceber que estamos lidando com ambientes passíveis de se tornarem palco de seguidos conflitos. Por isso compreender que dar limites, de forma segura, equilibrada e sem agressões, é essencial para que toda a equipe incorpore e respeite os limites de cada colega, bem como o seu próprio. Equipes saudáveis deveriam tornar esses princípios a base do entendimento e da produtividade. 

PME NEWS – É comum haver problemas de insubordinação nas empresas. Que fatores contribuem para isso? E como os gestores devem agir nesses casos?

Tania Zagury- Profissionais que pertencem às gerações X e Y esperam encontrar gestores que não usem a autoridade como base do relacionamento; essa expectativa reflete, entre outros fatores, o fenômeno que abordei em vários dos meus livros: quem começou a educar em torno dos anos 1970 inaugurou um modelo em que praticamente se aboliu a hierarquia. Não é de admirar que esses jovens, que são parte dos profissionais de hoje, esperem encontrar o mesmo relacionamento horizontalizado a que estão acostumados, no trabalho. Acham que não há diferença entre quem começa e quem está finalizando a carreira, em quem tem mais currículo, mais experiência ou está num cargo mais elevado – o que não obrigatoriamente é verdade, mas eles pensam desta forma. É o grande desafio dos gestores do séc. XXI: equilibrar a necessidade de alcançar metas – quase que só na base do diálogo, o que realmente não é nada fácil – com as pressões que, por sua vez, sofrem dos seus superiores. A incorporação dos limites individuais e grupais pode ajudar bastante nesse âmbito.

PME NEWS – Por que as empresas que aplicam a “Avaliação de Desempenho”, em sua maioria, usam como um dos critérios a premiação ao funcionário que não se atrasa? A avaliação está relacionada à limite, porém, pontualidade deveria estar relacionada à premiação?

Tania Zagury- De fato, a pontualidade é um valor bastante acatado. Ocorre que quanto maior a empresa mais difícil é administrar os “quereres e as idiossincrasias” de cada um. Por essa razão, muitas firmas não podem abrir mão deste elemento. Evidentemente o administrador eficaz, ao avaliar visando, por exemplo, à promoção ou premiação, deve valorizar também outros elementos – como a capacidade de resolução de problemas e a eficiência, por exemplo. Empresas modernas, especialmente as que têm um corpo de trabalho eminentemente jovem, vêm tentando deixar a cargo de cada um a gestão dos horários, desde que os objetivos pactuados sejam alcançados num determinado dia-limite, o que costuma agradar aos mais jovens. Embora não deixe de ser também um limite, torna-se mais palatável para eles. 

PME NEWS – O trabalho sob pressão, tanto no topo da pirâmide hierárquica como na base, prejudica o relacionamento e a produtividade. Como minimizar as consequências, supondo que as causas sejam inevitáveis?

Tania Zagury- É aí que entra a competência do administrador. A pressão não excessiva geralmente não é negativa. Há pessoas que muito pressionadas pouco produzem, assim como há quem só produza “empurrado”. A liderança positiva é a que sabe distinguir quanto se precisa pressionar para que cada um alcance o ótimo que cada instituição almeja; havendo equilíbrio, não traz consequências negativas. É Limites sem Trauma, mesmo!

PME NEWS – Delegar tarefas ainda é um paradigma a ser quebrado pelos líderes?

Tania Zagury- A liderança produtiva envolve necessariamente divisão e delegação de tarefas. O desafio maior é compreender que se pode delegar tarefas, mas não responsabilidades. No final das contas, se não se atingem as metas desejadas, ou se ocorrem outro tipos de desvios, a responsabilização recairá sobre o gestor. Então é necessário estar ciente disso, para dividir tarefas e até mesmo algumas decisões; sempre, porém, consciente de que, seja como for, a responsabilidade maior será sempre da chefia. 

Pense Nisso

“Dar limites, de forma segura, equilibrada e sem agressões, é essencial para que toda a equipe incorpore e respeite os limites de cada colega, bem como o seu próprio”.

Tania Zagury

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