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REALIZAÇÃO: Bit Partner | DIREÇÃO: Sidney Cohen

Sucessão nos Negócios

O que vem em sua mente quando o assunto é “sucessão nos negócios”?

Instabilidade, disputas e conflitos? O ideal não seria estabilidade, aliança e harmonia?

Para entendermos como as empresas, principalmente as de gestão familiar e de pequeno porte, devam proceder para que a transição no processo sucessório seja feita de forma suave, com o foco no crescimento contínuo dos negócios, entrevistamos o especialista no assunto, o CEO da GC Experts, Gaspar Carreira Jr, com informações e super dicas. Confira!

Bastidores

  • De acordo com um estudo da Associação Brasileira de Franchising (ABF), a participação das mulheres nas redes franqueadoras cresceu significativamente nos últimos anos. Entre 2015 e 2024, essa participação aumentou de 46% para 57%.

Aumento da Presença Feminina em Cargos de Liderança

O levantamento também revela uma elevação na presença feminina em cargos de liderança nas empresas franqueadoras, subindo de 19% para 29% no mesmo período. Além disso, nas operações franqueadas, as mulheres agora representam a maioria, passando de 48% para 51% dos participantes. Atualmente, 32,2% dos cargos de liderança nestas operações são ocupados por mulheres. 

Profissionalização e Redução de Vínculos Familiares Setor

O estudo destaca ainda uma redução significativa de mulheres que trabalham nas franqueadoras com algum vínculo familiar com os sócios, caindo de 22% para 7%. Esse dado reflete uma maior profissionalização do setor, que vem priorizando a contratação de executivas com base em meritocracia e experiência de mercado, ao invés de relações familiares.

Essa tendência mostra uma evolução positiva no setor de franchising, com um movimento claro em direção à igualdade de gênero e à valorização de competências e qualificações.

  • O faturamento das PMEs (Pequenas e Médias Empresas), que movimentam anualmente até R$ 50 milhões, registrou um aumento de 5,2% no segundo trimestre de 2024, de acordo com o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs).

     Desempenho por Setor

  • Indústria: As PMEs da indústria tiveram um crescimento de 11,9%, com 18 das 22 atividades do setor apresentando crescimento. Os destaques incluem óleos lubrificantes, metalurgia, impressão e reprodução de gravações, e manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos.
  • Comércio: As PMEs do comércio cresceram 4,6%. No atacado, os segmentos de livros, jornais e outras publicações, cimento e produtos de higiene, limpeza e conservação domiciliar tiveram um desempenho notável. No varejo, os destaques foram produtos farmacêuticos com manipulação de fórmulas, vidros e artigos de armarinho.
  • Serviços: O setor de serviços cresceu 0,6%, mas com sinais de desaceleração. As atividades que cresceram incluem atividades financeiras e de seguros, alojamento e alimentação, e educação.
  • Infraestrutura: Este foi o setor com a pior performance, apresentando uma retração de 4,6% no segundo trimestre. Esse declínio foi influenciado pelo desempenho fraco em segmentos como obras de infraestrutura e construção de edifícios.

    Desempenho Regional

  • Sudeste: Crescimento de 2,2%.
  • Nordeste: Crescimento de 9,5%.
  • Sul: Crescimento de 5,6%.
  • Centro-Oeste: Retração de 2,2%.
  • Norte: Retração de 9,5%.

Esses resultados indicam uma variação significativa no desempenho das PMEs por região e setor, destacando a resiliência de algumas áreas da economia brasileira frente aos desafios do segundo trimestre de 2024.

 

Novos Desafios

  • Daniel Carvalho é novo Diretor de Riscos Integrados da Nomad.
  • Eduardo Bernstein é o novo Diretor de Comunicações da SKY Brasil.

Dados Impressionantes

  • Segundo os dados mais recentes da PNAD Contínua Tecnologia da Informação, do IBGE, o telefone celular está presente em 96,7% dos domicílios brasileiros. Em contrapartida, os telefones fixos estão em declínio, presentes em apenas 9,5% dos lares em 2023, uma queda significativa em comparação com os 32,9% de 2016.

Uso de Celular e Internet no Brasil

A região Centro-Oeste lidera no uso de celulares, com 98,5% dos domicílios possuindo um telefone móvel. Entre 2016 e 2023, o uso da internet no Brasil aumentou de 66,1% para 88% entre a população acima de 10 anos.

Principais Meios de Acesso à Internet

O celular é o meio mais utilizado para acessar a internet, com 98,8% dos usuários optando por ele. Outros dispositivos incluem a TV (49,8%), computadores (34,2%), e tablets (7,6%).

Frequência de Uso da Internet

Quanto à frequência de uso da internet, 94,3% das pessoas acessam a rede diariamente, enquanto 2,7% utilizam de uma a quatro vezes por semana, e apenas 0,6% menos de uma vez por semana.

Esses dados refletem a crescente dependência dos dispositivos móveis e a expansão do acesso à internet no Brasil, indicando uma transformação digital significativa na sociedade brasileira.

 

  • De acordo com o Relatório do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), a exportação brasileira de café atingiu um volume recorde de 47,3 milhões de sacas de 60 kg no ano safra 2023/24. Isso representa um aumento de 32,7% em comparação com os 35,632 milhões de sacas exportadas no ano safra anterior.

Desempenho dos Cafés Diferenciados

O relatório destaca também o excelente desempenho das exportações de cafés diferenciados – aqueles de alta qualidade. O Brasil exportou um total de 8,79 milhões de sacas de 60 kg de cafés diferenciados no acumulado de doze meses.

Principais Importadores de Cafés Diferenciados:

  • Estados Unidos: 1,85 milhão de sacas de 60 kg
  • Alemanha: 1,54 milhão de sacas
  • Bélgica: 957,99 mil sacas
  • Holanda: 649,96 mil sacas
  • Reino Unido: 376,87 mil sacas
  • Itália: 310,55 mil sacas

Interesse Crescente de Pequenos Produtores

Os cafés diferenciados têm atraído cada vez mais o interesse de pequenos produtores em regiões como o Rio Grande do Norte, que haviam interrompido a produção de café por décadas. Atualmente, esses produtores se concentram principalmente em áreas de clima mais ameno, como as regiões serranas de Martins, Jaçanã, e Cerro Corá.

Essa tendência mostra o crescimento do interesse global por cafés de alta qualidade e o potencial dos produtores brasileiros em atender a essa demanda crescente.

Agenda

15 a 18 de Outubro – Caxias do Sul – RS
33ª edição da Mercopar – Feira de inovação industrial
Local: Centro de Feiras e Eventos Festa da Uva

26 de Outubro – São Paulo – SP
V Fórum Anual de Governança – CELINT
Local: AMCHAM BUSINESS CENTER SP
Informação: https://lp.celint.net.br/forum-2024

Entrevista

Esta coluna é destinada a entrevistas com especialistas, gestores, executivos e empresários de destaque.

Segue a entrevista de Gaspar Carreira Jr.

PME NEWS – Qual é a importância do plano de sucessão para as empresas, em especial, as de pequeno porte?

Gaspar Carreira Jr – Antes de entrar no tema da sucessão, gostaria de explicar a dinâmica das Famílias Empresárias, em que a sucessão é crucial e para isso irei explicar a teoria dos 03 círculos desenvolvida por John Davis e Renato Tagiuri em 1978.

Essa teoria oferece uma estrutura clara para entender a complexidade da governança em empresas familiares. Ela divide a governança em três áreas interconectadas: a governança da propriedade, da família e da empresa.

Cada um desses círculos possui dinâmicas e desafios próprios, mas todos se sobrepõem e influenciam o desempenho da empresa. Para garantir a sustentabilidade e o sucesso a longo prazo, é crucial que essas áreas estejam bem alinhadas e que haja uma integração harmoniosa entre elas.

Por exemplo, resumidamente, uma boa governança da propriedade define claramente as regras de transmissão de ações, enquanto a governança familiar assegura que os conflitos sejam geridos de forma construtiva, e a governança empresarial foca na gestão e na estratégia do negócio.

A sucessão familiar é fundamental porque garante a continuidade do negócio através das gerações. Sem um planejamento adequado, as empresas familiares podem enfrentar dificuldades significativas, incluindo conflitos familiares, perda de visão estratégica e até mesmo o fechamento do negócio.

A sucessão bem planejada assegura que a empresa mantenha sua sustentabilidade, identidade e seus valores, enquanto se adapta às novas demandas do mercado. Apesar da sucessão se dar no Círculo da Governança, importante que ela seja discutida e planejada na Governança da Família, preparando em vários sentidos os possíveis sucessores e também o sucedido.

PME NEWS – Quais características e competências desejáveis ao perfil do sucessor?

Gaspar Carreira Jr – Um sucessor eficaz deve possuir várias características e competências cruciais. Entre elas estão:

  • Competência Técnica: Conhecimento profundo do setor e operações da empresa.
  • Liderança: Habilidade para inspirar e gerenciar equipes, tomando decisões estratégicas.
  • Visão Estratégica: Capacidade de formular e executar estratégias de longo prazo para o crescimento sustentável.
  • Adaptabilidade: Flexibilidade para enfrentar e adaptar-se a mudanças e desafios inesperados, transformando o negócio sempre que necessário.
  • Comunicação: Habilidade para se comunicar claramente com todos os stakeholders.
  • Comprometimento com os Valores: Alinhamento com a missão e os valores da empresa, garantindo a continuidade da cultura organizacional, respeitando o legado construído pelas gerações anteriores.
    Essas qualidades ajudam a realizar uma transição bem-sucedida e a continuidade do sucesso da empresa, mas um tema que precisamos abordar é sobre o sucedido, como orientá-lo a se manter ativo em cargo mais estratégico na empresa e até fora da empresa.

PME NEWS – Quais são os principais desafios enfrentados pelas empresas no processo sucessório?

Gaspar Carreira Jr – Vou tentar resumir nos temas principais, mas o tema é muito mais complexo. Primeiro abordarei cada círculo da governança:

  • Círculo da Propriedade: Importante definir políticas claras para a transmissão de ações e resolver conflitos entre acionistas. A falta de acordos formalizados pode levar a disputas e instabilidade.
  • Círculo Familiar: O grande desafio é gerenciar a comunicação e resolver conflitos familiares que podem afetar a harmonia e a colaboração dentro da família. Questões como expectativas divergentes e resistência a mudanças são comuns.
  • Círculo de Negócios: Relevante garantir uma transição suave na gestão da empresa e manter a continuidade das estratégias empresariais. Os desafios incluem a adaptação dos sucessores às responsabilidades e a manutenção do desempenho da empresa durante o processo de sucessão.

E agora vou listar os seis principais desafios do processo sucessório em si:

  • Falta de Planejamento: Muitas empresas não têm um plano de sucessão formal, o que pode levar a uma transição desorganizada e instável.
  • Resistência à Mudança: Membros da família ou da equipe podem resistir à mudança, especialmente se não houver um consenso sobre o sucessor.
  • Identificação de Sucessores: Encontrar e preparar candidatos, da família ou externos, qualificados pode ser difícil, especialmente em empresas menores com recursos limitados.
  • Questões Emocionais e Familiares: Em empresas familiares, as dinâmicas emocionais e os conflitos pessoais podem complicar o processo de sucessão.
  • Preparação dos Sucessores: Garantir que os sucessores estejam adequadamente preparados para assumir responsabilidades pode ser um desafio significativo.
  • Conscientização e Preparação do Sucedido: Costumamos dizer no CELINT que um empreendedor ou empresário de sucesso nunca se aposenta, ou seja, como identificar e colocar suas habilidades para contribuir com novas atribuições interna ou externamente à empresa.

E esses obstáculos podem impactar a estabilidade e a continuidade da empresa se não forem devidamente geridos.

PME NEWS – Como lidar com os conflitos no processo envolvendo a sucessão, principalmente em empresa de gestão familiar?

Gaspar Carreira Jr – Para lidarmos com conflitos no processo de sucessão em empresas familiares, é essencial adotar várias abordagens: Primeiro, promover uma comunicação aberta para garantir que todos os membros da família e partes interessadas possam expressar suas preocupações e expectativas.

Utilizar o que chamamos de mediadores neutros para ajudar a resolver disputas de maneira imparcial, facilitando a negociação. Importantíssimo estabelecermos regras claras e de preferência no protocolo familiar sobre a sucessão e a gestão da empresa reduzindo ambiguidades e conflitos. E é claro, focar nos interesses da empresa e no seu sucesso a longo prazo, e não nas disputas e interesses pessoais, ajuda a alinhar esforços e interesses. E, finalmente, desenvolver um plano de sucessão formal e documentado, que todos concordem e aceitem, proporciona uma estrutura clara e reduz a possibilidade de conflitos futuros.

PME NEWS – Diante do avanço tecnológico, qual o impacto promovido por elas no planejamento sucessório?

Gaspar Carreira Jr – Eu diria que o avanço tecnológico pode ser um grande motivador ou alavanca para o processo sucessório. Pois é notória a necessidade da transformação do negócio, e muito passa por avanço nessa área, como a transformação digital, inovação, e nunca se falou tanto de inteligência artificial e na maioria dos casos é uma questão de sobrevivência.

E muitas das gerações que estão à frente dos negócios não dominam essa área, viveram à parte dessa mudança. Muitos estão na casa dos 70 e 80 anos e precisam de “sangue novo” ou o “sangue digital” das gerações vindouras.

Quero ainda salientar que as estatísticas são perversas, algo como: 36% das empresas familiares sobrevivem à passagem de bastão para a 2ª geração e apenas 7% chegam à 4ª geração.

Indo direto ao ponto da pergunta:

  • Automatização e Ferramentas de Gestão: As tecnologias avançadas permitem a automação de processos e a implementação de ferramentas de gestão que facilitam o planejamento e a execução da sucessão.
  • Desenvolvimento de Competências Digitais: Os sucessores devem ter habilidades em tecnologias emergentes e entender como a tecnologia pode transformar o setor e a empresa.
  • Análise de Dados: Tecnologias de análise de dados ajudam a identificar tendências e preparar os sucessores para lidar com cenários futuros baseados em informações precisas. O que nos leva das decisões mais fundamentadas e racionais
  • Comunicação e Colaboração: Ferramentas de comunicação e colaboração online permitem que membros da família e da equipe envolvidos no planejamento sucessório trabalhem juntos de forma mais eficiente, independentemente de sua localização.

PME NEWS – Cite um exemplo, na prática, o qual, o plano de sucessão em que você participou contribuiu para o sucesso do processo?

Gaspar Carreira Jr – Dada a questões de confidencialidade, além de não poder citar o nome da empresa e dos envolvidos, preciso ser um pouco genérico na explicação do exemplo:

Em um projeto de sucessão, da 3ª para 4ª geração, no qual participei, trabalhamos com uma empresa familiar, ou melhor, uma Família Empresária, que estava enfrentando desafios significativos com a transição de liderança, e já afetava a performance do negócio.

Iniciamos com um processo de sensibilização e educação sobre o tema. Depois desenvolvemos um plano de sucessão que incluiu a proposição de Estruturas Organizacionais robustas para o futuro da organização, identificamos potenciais sucessos entre os herdeiros e principais executivos da empresa (não familiares) através de ferramentas de mercado, fizemos um ‘match’ entre pessoas e cargos, e aí sim elaboramos um plano de desenvolvimento desses potenciais sucessores para as áreas que a empresa iria necessitar para continuar a crescer e que eles estavam aptos mas ainda precisam de desenvolvimento e de sanar alguns gaps, e claro implementamos importantes instrumentos de governança baseado na Teoria dos 3 Círculos, já citada, e constituímos um Conselho Consultivo.

O plano também envolveu a criação de um protocolo familiar para alinhar expectativas e resolver conflitos.

Entendo que o processo de sucessão foi bem-sucedido porque o plano estruturado garantiu que os sucessores estivessem bem-preparados e que todos os membros da família estivessem envolvidos e comprometidos com a continuidade do negócio, assim como o Sucedido se manteve engajado e atuando mais como um consultor e também se envolveu com outras atividades que lhe agrega valor e que ele nunca se deu tempo de atuar por estar sempre submerso em “seu” negócio.

Falo de sucessores porque o projeto também elaborou a sucessão dos principais cargos de liderança da empresa, processo também crucial para continuidade do negócio.

A empresa conseguiu manter sua estabilidade e crescer após as transições, demonstrando a eficácia de um planejamento sucessório bem executado. E saliento que esse plano poderá ser executado sempre e para as próximas gerações de líderes familiares ou não.

Espero que essas respostas sejam úteis e abrangentes! Se precisar de mais informações ou tiver outras perguntas, estou à disposição assim como o time da GC Experts e do CELINT.

Pense Nisso

“A sucessão bem planejada assegura que a empresa mantenha sua sustentabilidade, identidade e seus valores, enquanto se adapta às novas demandas do mercado.”. 

Gaspar Carreira Jr

 

 

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