Edição do Mês

O PORTAL DA MICRO, PEQUENA E MÉDIA EMPRESA.

REALIZAÇÃO: Bit Partner | DIREÇÃO: Sidney Cohen

Geração Z incompreendida ou organizações despreparadas?

Em tempos de transformações ágeis, muitas empresas ainda tentam responder às mudanças com fórmulas antigas.

A chegada da Geração Z (jovens nascidos entre 1997 e 2010) ao mercado de trabalho escancara o descompasso entre o que as empresas praticam e o que o mundo atual exige. Cada vez mais a cultura organizacional deixa de ser um pano de fundo para se tornar um ativo estratégico — e, sobretudo, um critério de sobrevivência institucional.

É nesse contexto que a entrevista com a CEO da VIOLARO BELLINI CONSULTORIA DE RH E ESG, Tatiana Baldassa Violaro Bellini, ganha relevância. Com uma visão sensível e estratégica, ela convida líderes a repensarem suas práticas com coragem e lucidez. Um conteúdo que provoca, inspira e desperta reflexões essenciais para quem deseja estar à frente — não só em resultados, mas em propósito. Confira!

Bastidores

  • Estudo realizado pelo Sebrae revelou que, em 2024, o Brasil alcançou o número recorde de 4,3 milhões de empreendedores com 60 anos ou mais, o que representa uma participação inédita desse público entre os donos de negócios. Nos últimos 12 anos, esse grupo cresceu 53%, tornou-se mais escolarizado e passou a contar com maior diversidade, incluindo mais mulheres e negros.
    Entre 2012 e 2024, reduziu-se a proporção de seniores com baixa escolaridade, enquanto aumentou o número dos que têm ensino médio e superior. Apesar de trabalharem menos horas, esses empreendedores apresentam rendimentos elevados e estão à frente de negócios mais duradouros.
  • A Visa divulgou uma análise da Visa Consulting & Analytics, sobre o uso de cartões Empresarial no Brasil, comparando 2024 com 2023. As transações cresceram 45%, com destaque para o pagamento por aproximação, que subiu mais de 90%, e as compras online, com alta de quase 60%. O avanço indica a digitalização das empresas, com destaque para as PMEs, e a adoção de métodos mais ágeis e seguros.
    Quanto às transações internacionais, também houve aumento de 40%, impulsionadas por compras em sites estrangeiros. Entre os setores com maior crescimento no uso do cartão Empresarial estão artigos digitais (140%), transporte (85%), entretenimento (80%), comida (70%) e restaurantes (65%). Supermercados e equipamentos comerciais também registraram alta de 55%. Os dados mostram ainda o desafio da separação entre gastos pessoais e profissionais, o que pode impactar a gestão financeira das empresas.

Novos Desafios

  • Thiago Gaviolli é o novo Diretor Comercial e Trade Marketing da Vigor Alimentos.
  • Leonardo Chamsin assume a Gestão Financeira da Padtec.

 

Dados Impressionantes

  • O estudo “CNPJs do Brasil”, da BigDataCorp, mostrou um salto de 857% no número de empresas com foco em Inteligência Artificial no Brasil, passando de 142, em 2023, para 1.209 em 2025. O país já soma mais de 2 mil negócios no setor. São Paulo e Distrito Federal concentram 47% dessas empresas e a maior parte do capital investido. Norte e Nordeste têm baixa representatividade, com destaque apenas para o Maranhão, que apresenta capital médio elevado.
  • Apenas 5% das empresas brasileiras alcançaram maturidade em cibersegurança, segundo o Índice de Preparação para Cibersegurança 2025 da Cisco. Globalmente, o índice é de 4%. No Brasil, 77% enfrentaram incidentes relacionados à IA e 81% sofrem com a escassez de profissionais qualificados. O cenário é agravado por estruturas complexas, uso de dispositivos não gerenciados e baixa alocação de recursos. O estudo alerta para a necessidade de investir em Inteligência Artificial e simplificar defesas contra ameaças digitais crescentes.

Agenda

18 a 22 de Junho – Brasília – DF
Campus Party Brasil
Local: Arena BRB Mané Garrincha

Entrevista

Esta coluna é destinada a entrevistas com especialistas, gestores, executivos e empresários de destaque.

Segue a entrevista do CEO da VIOLARO BELLINI Consultoria RH e ESG – Tatiana Baldassa Violaro Bellini.

PME NEWS – Quais são os principais fatores que afastam a Geração Z das empresas?

Tatiana Baldassa Violaro Bellini – Incoerência institucional, lideranças despreparadas e culturas que ainda operam por medo. Essa geração não se engaja em ambientes com discursos inspiradores e práticas desumanas. Afastam-se de empresas que confundem cobrança com violência, metas com abuso e feedback com constrangimento. Sentem quando não são ouvidos, quando há ruído entre os valores pregados e os vividos. E isso não é excesso de sensibilidade, é consciência de integridade. O que afasta a Geração Z não é o desafio — é a falta de significado. Quando falta propósito real, segurança emocional e escuta ativa, o que existe é desligamento — mesmo com crachá.

PME NEWS – De que forma a liderança e a governança podem ajudar a atrair e reter a nova geração de profissionais?

Tatiana Baldassa Violaro Bellini – Assumindo que cultura é responsabilidade estratégica — e não cortesia do RH. A liderança precisa sair do modelo técnico e entrar no modelo relacional, com coerência visível e escuta real. Governança precisa institucionalizar o cuidado como critério de gestão, e não como discurso inspiracional. A geração Z se conecta com lideranças que nomeiam desconfortos e sustentam coerência mesmo sob pressão. Empresas emocionalmente possíveis não são perfeitas — são honestas, preparadas e comprometidas com vínculos duradouros. E isso começa no conselho, passa pela gestão e reverbera no time. Onde há escuta e consistência, há permanência. O resto é rotatividade disfarçada.

PME NEWS – Qual é o novo pacto que a Geração Z está propondo às empresas?

Tatiana Baldassa Violaro Bellini – É um pacto com a verdade institucional. Um pacto que exige que empresas deixem de tratar o emocional como bônus e o integrem como estrutura. A Geração Z quer espaços onde segurança emocional, autonomia e propósito sejam práticas — e não retórica. Está exigindo vínculo no lugar de vigilância, coerência no lugar de marketing e liderança com coragem de rever o que já não serve. Esse pacto não é tendência — é ponto de ruptura. A geração Z é apenas o início de uma mudança organizacional que vai abrir espaço para todas as que virão. Quem não se reposicionar agora será evitado depois.

PME NEWS – Como podemos transformar a cultura corporativa em critério real de contratos, parcerias e reputação?

Tatiana Baldassa Violaro Bellini – Cultura precisa sair do marketing e entrar no compliance. Precisa ser auditável, mensurável e visível para stakeholders. Empresas com coerência cultural retêm talentos, evitam crises reputacionais e tornam-se desejáveis em parcerias. Isso exige métricas claras, clima mapeado, relatos reais de vivência, e não apenas manuais. Organizações que ainda negligenciam cultura como critério de valor estarão fora das cadeias que priorizam ética, segurança psicológica e ESG. Em breve, reputação será validada por práticas internas — e não por slogans. E empresas com cultura tóxica, mesmo lucrativas, serão tratadas como risco. A cultura virou régua institucional. E isso é irreversível.

PME NEWS – O que seria uma auditoria de cultura vivida e como isso poderia mudar a gestão nas PMEs?

Tatiana Baldassa Violaro Bellini – É a verificação concreta do que se vive — e não só do que se declara. Uma auditoria de cultura vivida cruza escuta ativa, clima, dados psicossociais e percepção das pessoas para verificar a distância entre discurso e prática. Para PMEs, isso revela falhas invisíveis, reduz passivos e orienta decisões com base em realidade. É o que transforma cultura de ideal em critério de gestão. Empresas que auditem sua cultura evitam perda de talentos, aprimoram processos e constroem diferencial de reputação. Medir coerência virou necessidade — e não luxo. E a PME que fizer isso antes lidera com verdade.

PME NEWS – O que você diria para uma empresa que acredita que “isso tudo é modismo”?

Tatiana Baldassa Violaro Bellini – Diria que modismo é acreditar que comando-controle ainda funciona. Que tapar ouvidos à nova geração vai sustentar resultados. O mundo mudou — e já está cobrando coerência como valor de contrato. O cuidado deixou de ser discurso e passou a ser exigência regulatória (NR-1), reputacional (ESG) e jurídica (LGPD, trabalho digno). A geração Z apenas antecipou o que o sistema inteiro começou a exigir. Dizer que é modismo é negar a mudança — e escolher a irrelevância. Empresas que tratam cultura como acessório estão fora do jogo. As que integram cuidado como critério de valor estão moldando o futuro.

PME NEWS – Resuma em uma frase o que é necessário para que uma PME deixe de perder talentos e passe a construir uma reputação com longevidade?

Tatiana Baldassa Violaro Bellini – Cultura estruturada, coerência institucional e liderança com coragem de ouvir, rever e agir antes que o mercado exija.

Pense Nisso

“A Geração Z quer espaços onde segurança emocional, autonomia e propósito façam parte da cultura da empresa”. 

Tatiana Baldassa Violaro Bellini

Receba o PME NEWS

Ao enviar o e-mail, você declara estar de acordo com as Políticas de Privacidade e de Cookies publicadas no site.

PATROCINADOR