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A Síndrome do Mundo 4.0 e seus reflexos

Segundo levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), um dos problemas de saúde mental associados ao trabalho, também conhecido como Síndrome de Burnout, acarreta a queda de produtividade e resulta na perda de US$ 1 trilhão por ano.

Com a transformação digital surgem novas oportunidades, mas a adaptação de profissionais ao mundo 4.0 também tem como reflexos problemas associados à saúde. É a Síndrome do Mundo 4.0, que também contribui para a estatística de Burnout.

Carla Béck, Coach e CEO da InfinitaEPH, em entrevista exclusiva ao PME NEWS, aborda esse tema de forma humanizada, com dicas importantes para os profissionais se adaptarem e se destacarem nessa nova era. Confira!

Bastidores

  • O número de fusões e aquisições na área da saúde, segundo levantamento realizado pela KPMG, aumentou 67% em 2019, com relação a 2018. Foram 87 transações realizadas por empresas de hospitais e laboratórios de análises clínicas no ano passado, 62 foram domésticas e 24, realizadas por empresas estrangeiras que adquiriram empreendimentos de brasileiros estabelecidos no Brasil (categoria CB1). Houve também uma transação de categoria CB2, que sinaliza empresas brasileiras que adquirem empreendimentos de estrangeiros estabelecidos no exterior (Categoria CB2).
  • Segundo a previsão do Gartner os gastos com TI no Brasil crescerão 2,5% esse ano e totalizarão US$ 64 bilhões. De acordo com o levantamento, os gastos mundiais com TI chegaram a US$ 3,7 trilhões no ano passado, boa parte com os investimentos em Nuvem. Os Estados Unidos respondem por mais da metade dos gastos globais em Nuvem. O Brasil gasta 2% de seu investimento total em serviços de Nuvem pública. As empresas que investem em aplicações para esse cenário tornar-se-ão as líderes digitais do futuro, de acordo com o estudo do Gartner.
  • A 14ª edição do Panorama de Treinamento no Brasil, estudo divulgado pela Integração Escola de Negócios, entrevistou 533 empresas, sendo 73% de empresas nacionais e 27% de multinacionais. A indústria foi o setor que mais investiu em Treinamento & Desenvolvimento (T&D) em 2019, (R$ 754), seguido do setor de Serviços (R$ 690) e do Comércio (R$ 357), este bem abaixo da média, que foi de R$ 652 por colaborador.  Quanto ao formato, a preferencia é pelo treinamento presencial (71%), o treinamento on-line, sem professor (13%), on-line ao vivo, com professor (6%), Tecnologia móvel (4%) e sem tecnologia, com uso de apostila e manuais (6%). Quanto ao foco estão divididos, 50% para liderança e 50% para os colaboradores. Quanto ao tipo de treinamento, 53% do investimento são aplicados no desenvolvimento de habilidades comportamentais para líderes, 45% para a formação de colaboradores prioriza conhecimentos técnico-industriais e 29% para treinamentos de compliance ou obrigatórios.

Novos Desafios

  • O número de fusões e aquisições na área da saúde, segundo levantamento realizado pela KPMG, aumentou 67% em 2019, com relação a 2018. Foram 87 transações realizadas por empresas de hospitais e laboratórios de análises clínicas no ano passado, 62 foram domésticas e 24, realizadas por empresas estrangeiras que adquiriram empreendimentos de brasileiros estabelecidos no Brasil (categoria CB1). Houve também uma transação de categoria CB2, que sinaliza empresas brasileiras que adquirem empreendimentos de estrangeiros estabelecidos no exterior (Categoria CB2).
  • Segundo a previsão do Gartner os gastos com TI no Brasil crescerão 2,5% esse ano e totalizarão US$ 64 bilhões. De acordo com o levantamento, os gastos mundiais com TI chegaram a US$ 3,7 trilhões no ano passado, boa parte com os investimentos em Nuvem. Os Estados Unidos respondem por mais da metade dos gastos globais em Nuvem. O Brasil gasta 2% de seu investimento total em serviços de Nuvem pública. As empresas que investem em aplicações para esse cenário tornar-se-ão as líderes digitais do futuro, de acordo com o estudo do Gartner.
  • A 14ª edição do Panorama de Treinamento no Brasil, estudo divulgado pela Integração Escola de Negócios, entrevistou 533 empresas, sendo 73% de empresas nacionais e 27% de multinacionais. A indústria foi o setor que mais investiu em Treinamento & Desenvolvimento (T&D) em 2019, (R$ 754), seguido do setor de Serviços (R$ 690) e do Comércio (R$ 357), este bem abaixo da média, que foi de R$ 652 por colaborador.  Quanto ao formato, a preferencia é pelo treinamento presencial (71%), o treinamento on-line, sem professor (13%), on-line ao vivo, com professor (6%), Tecnologia móvel (4%) e sem tecnologia, com uso de apostila e manuais (6%). Quanto ao foco estão divididos, 50% para liderança e 50% para os colaboradores. Quanto ao tipo de treinamento, 53% do investimento são aplicados no desenvolvimento de habilidades comportamentais para líderes, 45% para a formação de colaboradores prioriza conhecimentos técnico-industriais e 29% para treinamentos de compliance ou obrigatórios.

Dados Impressionantes

  • Uma pesquisa divulgada pela empresa Social Miner, especializada em dados e varejo online, mapeou o perfil do consumidor brasileiro em 2019 e identificou que 81,4% dos entrevistados compram online e 18,6% não tem esse hábito.

          O estudo aponta abaixo as razões que levam as pessoas a não comprarem online:

46,3% têm medo de fraudes

25,5% Não confiam nos sites

19,1% Não estão dispostos a pagar pelo frete

12,8% Não podem esperar pelo prazo de entrega

10,6% Sentem falta de informações sobre os produtos

9,0% Sentem falta de opções de pagamento

  • Uma pesquisa realizada pela Catho com 7 mil pessoas, sinaliza que  92% dos trabalhadores desejam trocar de emprego em 2020. A busca por uma melhor condição financeira, mudar o segmento de atuação, e a melhoria na qualidade de vida, são as principais razões apontadas. Para os que preferem continuar no emprego: 50% justificam a alta concorrência, 29% não consideram ter um currículo competitivo, 20% têm o receio em perder a estabilidade, 14%  têm o receio em perder os benefícios, e 13,5% são cautelosos e sinalizam o medo de arriscar.

Agenda

18 e 19 de Abril – Passo Fundo – RS
OUSE – O Maior Evento de Desenvolvimento Humano do Norte Gaúcho
Informações: https://bit.ly/398luCP

Entrevista

Esta coluna é destinada a entrevistas com especialistas, gestores, executivos e empresários de destaque.

Segue a entrevista de Carla Béck.

PME NEWS – Qual o diagnóstico aos profissionais que sofrem com a “Síndrome do Mundo 4.0”?

Carla Béck – Os profissionais com essa Síndrome estão cada vez mais auto exigentes, buscando sucesso e realização acima de qualquer medida. Não conseguem viver no presente, estão sempre devendo algo. Numa busca incessante por algo que sempre lhes escapa das mãos.

Ao mesmo tempo que fazem esse esforço, não se identificam como suficientes. O famoso eterno insatisfeito. E essa insatisfação tem a ver consigo mesmo.

É comum sentirmos o peso das dificuldades cotidianas que sobrepujam nossos ombros, excessos de incumbências, obrigações, tarefas que aceitamos e não estabelecemos limites. O mundo 4.0 que invade nossa vida, que aprisiona nosso olhar sob lugar nenhum: olhar para fora de si, o não estar em lugar nenhum, o vazio da existência ao mesmo tempo que busca a eterna aprovação social.

Estar ligado a tudo, resolver tudo, “estar” feliz, ser bem-sucedido, postar tudo, criando uma imagem e fugindo de si mesmo.

Precisamos aprender a lidar com o que se passa na nossa imaginação, com o ideal que construímos e tentamos atender. Ao carrasco interno que criamos. Buscar a liberdade de ser quem somos, nos desafiando quebrar padrões que ditam um modelo que não é o seu.

Retorno a sua pergunta e penso em um diagnóstico caracterizado pela seguinte imagem: alguém preso na rede. Rede social, rede de exigências, rede imaginária que faz você se sentir impotente e insuficiente. Não importa o que você faça, o nível de exigência é tamanho que a rede cada vez mais irá apertá-lo, até que se sinta imobilizado pela dor real do seu corpo. Tristeza, perda de prazer, apatia, falta de ar, dores no corpo, exaustão física, irritação, obstinação, crise de ansiedade, alterações de humor, distúrbios do sono, dificuldade de concentração, isolamento, entre outros.

Se você se sente assim, não hesite em buscar ajuda.

Lembre-se de que você não é o único que está sujeito a essa síndrome.

PME NEWS – Qual o “tratamento” que vem sendo aplicado pelas empresas?

Carla Béck – Primeiramente, precisamos quebrar o preconceito sobre esse tipo de adoecimento. É o mundo moderno que necessita ter um olhar mais acolhedor sobre quem sofre desse mal.

O mundo 4.0 já vem se manifestando há um bom tempo. Várias pessoas estão sofrendo de transtornos mentais, inclusive podemos constatar o aumento significativo de afastamentos do trabalho por essa causa.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil é o primeiro no ranking em relação a transtornos de ansiedade, são 18,6 milhões de pessoas. Já em relação à depressão ficamos em quarto.Dados alarmantes.

Sugerem a necessidade premente que possamos adotar caminhos mais resolutivos em relação aos tratamentos adotados.

No mundo organizacional, insisto, a primeira medida é tratarmos esse tema de maneira humanizada, acolhendo o profissional que está em meio ao sofrimento. Práticas que possibilitem a conscientização e a educação sobre o tema são muito úteis. Lembre-se que quando o tratamento é necessário, já está instalado um sofrimento mental, é importante buscar profissionais qualificados na condução de processos terapêuticos.

O coaching é uma ferramenta bem utilizada nas organizações. Entretanto, estamos falando de práticas que envolvem o adoecimento mental, então se faz necessária a presença de profissionais capacitados para a realização do tratamento terapêutico.

PME NEWS – Com relação ao mercado de trabalho, qual o impacto da transformação digital? E quais carreiras serão beneficiadas?

Carla Béck – Em relação ao mercado de trabalho, o profissional está sendo solicitado a apresentar maior abertura frente a novas formas de atuação.

Você deixa de estar limitado. Há uma quebra de fronteiras.

Surgimento de novas carreiras, desaparecimento de outras, o uso de recursos que não mais requerem a presença de uma pessoa para a execução, ou seja, a automação de muitas operações.

Carreiras que contribuam com a melhora de performance financeira, melhoria de qualidade de vida e saúde, relações com os mundos físico e virtual e ética tecnológica estarão em destaque.

Exemplos de carreiras do futuro:

Agricultor digital – agricultor que utiliza múltiplas tecnologias a fim de facilitar as operações no campo.

Agricultor urbano – o foco está no cultivo de alimentos nas grandes cidades.

Defensor da ética tecnológica – intermediário entre máquinas e humanos, estabelecendo regras morais e éticas sob as máquinas existentes.

Gestor de Influenciadores digitais – responsável por analisar veracidade de seguidores e análise de algoritmos específicos para cada influenciador.

Gestor de RH e RB – mediador entre humanos e robôs, foco no estabelecimento de melhores sistemas de trabalhos em equipe.

Minerador espacial – com aumento da escassez de elementos naturais para a indústria da transformação, serão necessários profissionais que explorem novas fontes.

Engenheiro climático – atuará no mapeamento climático visando ao desenvolvimento de novas tecnologias para criar climas mais propícios ao bem-estar humano e evitar desastres.

Autor de jornadas de realidade aumentada – responsável por projetar, escrever, criar, calibrar, construir e personalizar jornadas de realidade aumentada.

Curador de memória pessoal – tem a função de conciliar materiais de diversas fontes, como mídias e arquivos pessoais para recriar e formular experiências do passado para terceiros.

Controlador de tráfego multidimensional – responsável pelo controle e gerenciamento do espaço rodoviário e aéreo, considerando inclusive drones e veículos autônomos.

Walker/talker – No futuro muito próximo, muitas pessoas viverão de forma mais isolada, longe dos familiares ou perderam pessoas queridas e precisam de alguém para conversar. O walker/talker disporá do seu tempo para conversar e prestar atenção a essas pessoas (clientes).

Técnico manutenção de robôs pessoais – responsável por atender a demanda de manutenção de robôs.

Reconstrutor de ecossistema – reintroduzir plantas e animais que foram extintos em uma determinada região, a fim de resgatar ecossistema.

 

PME NEWS – Qual o papel do líder nesse cenário de mudanças?

Carla Béck – Com o aumento de adoecimento nas empresas e prejuízos na produtividade dos profissionais, tem se discutido que saúde mental é uma das vantagens competitivas nas empresas. Pessoas felizes são mais produtivas. Afinal, quem consegue trabalhar com dor, seja ela física ou emocional? O ano de 2020 começou com a promessa de ser um ano voltado para estas questões, pois o mês de janeiro foi batizado de “Janeiro Branco” em referência ao mês da Saúde Mental. Então, o papel do líder é estar mais junto aos seus colaboradores, ouvindo suas sugestões, se propondo a experimentar mais e, consequentemente, errar mais. Erre rápido, corrija rápido. Dessa forma, os profissionais terão mais liberdade para criar e o seu ego e auto exigência serão mais flexíveis e livres para entender que todo ser humano pode errar. As pressões internas e externas nos colocam em uma disputa com os robôs que são concebidos para não errar. Esta disputa e auto exigência nos fazem adoecer. E, em muitos casos, não há mais a chance de ter uma bateria extra para nos recarregar. 

Os líderes também precisam ter em suas equipes profissionais que estejam alinhados com o mesmo propósito da empresa. Existe um ditado que diz “Contrata-se pelo currículo e demite-se pelo comportamento”. Líderes precisam olhar além de currículos!

PME NEWS – Sob o ponto de vista das pessoas, usuárias da tecnologia, como se adaptar a essa Era da transformação?

Carla Béck – A tecnologia deve ser vista como uma grande aliada para a criação de soluções que facilitem a vida do ser humano. Por isso, não cabe desespero e muito menos o uso desiquilibrado desta ferramenta. As pessoas que tiverem maior controle emocional sobre as transformações e conseguirem ter uma postura positiva diante das mudanças serão altamente beneficiadas nessa nova era. O que não se pode é ser “escravo” da tecnologia ou ter medo de buscar novas ferramentas. É preciso se atualizar, estudar, ser flexível, criativo, ser humano acima de tudo. O robô não tem o poder de “ser humano”. Mais cedo ou mais tarde, todas as tarefas que puderem ser automatizadas serão. Por isso, o ser humano precisa desenvolver habilidades específicas do ser humano. A capacidade de interpretar números, defender ideias, criar conceitos, empatia e relacionamento são algumas das habilidades insubstituíveis.

 

PME NEWS – Que dicas você dá aos profissionais para se destacarem no Mundo 4.0?

Carla Béck

– Invista no seu processo de autoconhecimento! Compreenda a sua história, o que é importante para você, suas experiências, aprendizados, entre outros aspectos. Este processo contribuirá para que você consiga se adaptar mais facilmente às transformações da nossa sociedade.

– Desenvolva a sua Agilidade Emocional, ou seja, a sua capacidade de acolher as suas emoções e sair do modo automático nas suas respostas aos acontecimentos do dia a dia.

– Exercite as suas soft skills. Elas são competências que envolvem aptidões mentais, emocionais e sociais. Hoje são um fator decisivo para você se destacar em qualquer área.

Pratique a gratidão. Dê ênfase ao copo meio cheio. Isso faz com que a vida valha a pena.

Diminua a interferência das redes sociais.Destine um tempo para entrar nas redes. Isso contribuirá muito na forma que você estabelece o seu estado de presença. Ganhos: produtividade, atenção, bem-estar, entre outros.

– Aprenda a respirar com qualidade. Ela é um excelente recurso para lidar com o estresse e ansiedade.

Seja responsável pela sua carreira. Atualize-se! Busque continuamente o seu desenvolvimento, qualificando-se.

– Abra espaço para desfrutar da companhia da sua família, dos seus amigos. Dedicação ao trabalho é gratificante, desde que não vire obsessão.

Pense Nisso

“Lembre-se de que você não é o único que está sujeito a essa síndrome”.

Carla Béck

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