Quem já ouviu a frase do romancista ganhador do Prêmio Nobel, William Faulkner: “O passado nunca está morto. Não é nem passado.” e se sentiu frustrado? Para algumas pessoas, esta frase carrega uma verdade e as faz perceber como o passado ainda interfere na sua vida. Hábitos e narrativas são repetidos em diferentes situações e momentos na nossa história. Padrões recorrentes que em alguns momentos foram destrutivos e em outros nos serviram bem. Quem sabe como ainda estão sendo sustentados na nossa vida e como estão impactando nos nossos resultados.
A agilidade emocional, conceito desenvolvido por Susan David, psicóloga e professora na Harvard Medical School, trata da capacidade que temos de chegar ao nosso mundo interior – pensamentos, emoções, experiências e histórias próprias – utilizar essas experiências internas como aprendizados, possibilitando avaliar as situações que enfrentamos com mais propriedade sobre nossas escolhas, enfim, sendo mais perspicazes sobre as infinitas possibilidades que possuímos.
A agilidade emocional é uma abordagem, com base científica, que nos permite afastar de padrões que não nos servem mais e abrir espaço para evoluirmos. A essência é compreendermos o que nos faz apegar a velhos hábitos e o porquê os mantemos em nossas vidas. Apenas “banir” comportamentos problemáticos não funciona na totalidade. O que faz a diferença de fato é o conhecimento que você tem desses comportamentos: quais são, como funcionam, a que servem, quais as emoções envolvidas. Aí sim, você poderá fazer escolhas diferentes e evoluir.
Como Susan David salienta, todos nós chegamos ao presente marcados por nossas experiências passadas, traumas, problemas, mas olhar o mundo através dessa lente pode nos impedir de ver a situação com precisão.
Essa é uma grande questão, pois isso impacta diretamente na sua capacidade de superar os desafios que a vida oferece. Quanto mais ágil emocionalmente você é, maior é a sua capacidade de aceitar, lidar com as suas emoções e fazer escolhas mais positivas.
Lembre-se, é você quem escolhe se a sua vida é uma benção ou um sofrimento.
Muitas pessoas têm me perguntado de que forma é possível aplicar a agilidade emocional no dia a dia e também na vida profissional. Explico como é possível na prática.
Seguem alguns exemplos:
Ser ágil emocionalmente é buscar o autoconhecimento. Decida ser curioso e aberto sobre você mesmo e flexibilize a forma como você sempre fez as coisas. Quando algo te incomoda, seja curioso o suficiente para perguntar o porquê e encontrar novas formas de estar nas diferentes situações da sua vida.
Ser ágil emocionalmente não significa não sentir medo frente às situações, mas ter coragem de olhar para quem você é e assumir uma nova postura frente à vida.
Ser ágil emocionalmente é reconhecer a sua vulnerabilidade e escolher uma forma mais perspicaz para lidar com ela.
Ser ágil emocionalmente é encarar suas potencialidades e limitações de frente.
Ser ágil emocionalmente é ser mais amoroso e respeitoso consigo mesmo.
Ser ágil emocionalmente é aceitar a sua imperfeição. Sim, você erra. Errar faz parte da nossa evolução.
Ser ágil emocionalmente é deixar de ser apegado ao que não te serve mais.
Ser ágil emocionalmente é se responsabilizar por aquilo que é importante na sua vida e ser coerente com isso.
Ser ágil emocionalmente é abrir-se para as suas emoções e reconhecer que elas contribuem para a sua compreensão/aprendizado.
Vamos colocar o conceito em prática? São infinitas possibilidades para você começar a incluir na sua vida.