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Panela velha é que (ainda) faz a comida boa?

Sidney Cohen
Palestrante
CEO da Bit Partner Consultoria Empresarial
CEO do PME NEWS

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Em sua opinião, panela velha faz comida boa?

Se levarmos para o lado dos negócios, muitas marcas experientes continuam dando o recado em suas áreas. Pelo menos é o que apontou o estudo divulgado pela Consultoria Kantar no ano passado. Marcas experientes como Ypê, Tang e algumas centenárias, como a Coca Cola, Colgate, Nestlé e Guaraná Antártica estão entre as cinquenta mais usadas no Brasil.

Sem dúvidas inovar e se adaptar as mudanças são relevantes para se manter e crescer em um mercado tão competitivo como o nosso. E cabe lembrar que o sucesso do passado não é garantia para o presente e muito menos para o futuro.  Por isso, além de inovar, conhecer bem o seu público-alvo e a concorrência são fatores imprescindíveis.

Muitas empresas brasileiras tradicionais, algumas de pequeno e médio porte, são reconhecidas pela maturidade decorrente da resiliência e pela gestão empreendedora. Veja o caso da Confeitaria Colombo. Fundada em 1894 no Rio de Janeiro, sobreviveu a várias crises econômicas e sempre manteve a qualidade. A confeitaria é um dos pontos turísticos da cidade. A tradição e inovação são suas marcas fortes. Você sabia que ela foi uma das precursoras do delivery? No passado já fazia entregas de banquetes e piqueniques em jardins de seus clientes. E hoje seus cardápios já estão disponíveis em plataformas digitais, como o iFood. Além de café da manhã, almoço, chá da tarde e jantar, a Colombo é palco de eventos, casamentos e festas para os cariocas. A empresa também é empreendedora e conta hoje com cinco lojas.

E você, já ouviu o slogan “51 – uma boa ideia”?

Fundada em 1959, a Cachaça 51 é líder do mercado em seu segmento.

Em 2013 o Alcohol and Tabaco Tax and Trade Bureau (TTB), órgão governamental dos Estados Unidos, reconheceu a cachaça como um produto genuinamente brasileiro. E reforçou o que nós e muitos turistas já sabíamos, da bebida ser uma “marca registrada” do Brasil. E antes mesmo do reconhecimento da TTB, a 51, que já era sinônimo de cachaça, em 2004, em uma das campanhas de marketing mais ousadas, espalhou 7.897 painéis e 132 outdoors em Portugal para apresentar oficialmente a Cachaça 51 durante a realização da Eurocopa (campeonato europeu de futebol de seleções).

Outra ação estratégica aconteceu na realização dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro em 2016. Com o objetivo de despertar as atenções dos milhares de turistas que visitavam a cidade. A marca assinou o contrato de patrocínio de exclusividade com o consórcio que administrava os quiosques nas praias da Barra da Tijuca e Copacabana durante a realização do evento, de oferecer somente a Cachaça 51 para os 309 quiosques que atenderam 500 mil visitantes.

Agora pense bem…

Já imaginou se a sua empresa fosse concorrente da 51?

Pois é, para encarar de frente, somente sendo muito experiente para enfrentar muitos e muitos desafios. E é o caso da aguardente mais antiga do Brasil – Cachaça Ypióca. Fundada por Dario Telles de Menezes, em 1846, isso mesmo 177 anos de vida. Em 2012, o Grupo Telles vendeu a Cachaçaria Ypióca para a empresa britânica Diageo, líder global no segmento de bebidas alcoólicas. Considerado um dos maiores empreendedores do nordeste, o grupo atua forte na fabricação de água mineral, embalagens e distribuição de combustíveis e vai investir R$ 200 milhões em um parque solar no município de Jaguaruana, no interior do Ceará e espera até 2025, ultrapassar R$ 1 bilhão em vendas no segmento de energia.

Assim como a Cachaça é a cara do Brasil, o Biscoito de polvilho Globo é a cara do Rio de Janeiro. Fundado em 1953, em São Paulo, a marca ganhou fama e notoriedade 2 anos após, no Rio de Janeiro, quando os donos, irmãos Ponce, abriram a fábrica no bairro de Botafogo e começaram a vender os biscoitos para as padarias. Em 1963, os irmãos fundaram em sociedade com um padeiro português a Panificação Mandarino. O biscoito que tinha o nome de Felippe (sobrenome dos primos dos irmãos Ponce), mudaram para Biscoito Globo, visando ampliar os negócios. Os donos perceberam que a praia era o local de ótima oportunidade para venda de comidas e de pouca concorrência e passaram a vender diretamente para os ambulantes. Hoje, os ambulantes fazem fila na porta, de madrugada, para comprarem os biscoitos a serem vendidos nas praias cariocas. Em 2015 o produto começou a ser comercializado para fora da cidade do Rio de Janeiro, em São Paulo e a partir daí caiu no gosto dos brasileiros em demais cidades.

Reparem que as marcas e as empresas citadas aqui são referências em qualidade e credibilidade, por superarem muitos desafios no decorrer dos longos anos e que até hoje são sinônimos de sucesso. Então podemos concluir que: “Panela velha, FAZ SIM, comida boa!”. Concorda?

 

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