ARTIGOS

O PORTAL DA MICRO, PEQUENA E MÉDIA EMPRESA.

Tinha uma pedra no meio do caminho…

Sidney Cohen
Palestrante
CEO da Bit Partner Consultoria Empresarial
CEO do PME NEWS

Sabe quando você tem uma pedra no meio do seu caminho e você precisa retirá-la ou então desviá-la para seguir em frente? Pois é, o mesmo acontece nos negócios. Há situações em que é preciso mudar o rumo para crescer. Esse cenário chega a ser comum nas startups de sucesso, que precisaram mudar e algumas até de forma radical. E essa mudança tem nome. PIVOTAR.

E dentro deste “ecossistema”, empresas como Facebook, Instagram, Twitter e o Youtube pivotaram e hoje são o que são. E pegando carona das “high-techs”, cito a Amazon. Em 1994, seu fundador, Jeff Bezos, percebeu que dava para ganhar muito dinheiro na venda de livros pela internet, pois tinha nas mãos um produto de preço baixo e de catálogo amplo e que atendia todos os gostos. E em 1998, a empresa começou a pivotar e passou a vender também CDs e DVDs e produtos eletrônico. Em 2000 a bolha da internet estourou e ações de empresas de tecnologia desabaram, para se ter uma ideia, as da Amazon caíram de US$ 100 para US$ 6. Muitas empresas quebraram, mas ela sobreviveu e em 2005 decolou de vez, quando anunciou o plano de assinatura premium Amazon Prime, com acesso a plataforma de streaming.  E tem mais… Em 2006 lançou o Amazon Web Services (AWS), plataforma de serviços de computação em nuvem. Bem, do resto vocês já sabem, hoje ela é a marca mais valiosa do mundo, US$ 683,8 milhões, segundo a empresa de pesquisa de mercado, Kantar BrandZ.

Um outro exemplo superinteressante é o da Samsung. No início das suas atividades, em 1938, ela exportava alimentos e durante anos passou a pivotar por várias áreas, como: seguros, produção de televisores, geladeiras, máquinas de lavar, forno micro-ondas, e claro, tecnologia… De tantas soluções, a Samsung é daquelas marcas que marcam gerações. No meu caso, lá na década de 80/90, associava a marca, ao monitor de altíssima qualidade da época e que passou a ser meu sonho de consumo. O meu primeiro computador comprei de segunda mão, mas o monitor era de primeiríssima, um Syncmaster Samsung. Hoje em plena era digital, a marca é sinônimo de tecnologia e inovação. E é referência em segmentos que variam de semicondutores a aparelhos de telefonia celular. E por falar nisso… O que vem em sua mente quando o assunto é SAMSUNG?

Mas lembro aqui que pivotar não é só para as empresas de tecnologia. Veja o caso da BMW, em 1959 quase foi a falência. Ela chegou a receber uma proposta da Mercedes-Benz em adquiri-la, mas foi recusada pelos acionistas, que optaram em mudar o foco em atender um novo público-alvo com fabricação do modelo sedã de quatro portas. Esta decisão fez a diferença, a empresa cresceu e pensando em expandir a linha de produção comprou a montadora GLAS. Diferente do que se pensava, a correia dentada com uma árvore de cames à cabeça em aplicações automotivas, que era a sua “menina dos olhos”, não foi aproveitada pela BMW, ela estava de olho mesmo em sua mão de obra, em especial, os engenheiros e técnicos, altamente qualificados e que contribuíram para o lançamento dos modelos séries 3,5 e 7. A partir daí a BMW não parou de crescer.

E quem aqui não brincou de LEGO?

Em 2003 sem foco e sem estratégia a empresa teve um prejuízo de mais de US$ 200 milhões. No ano seguinte, Jorgen Vig Knudstorp assumiu a empresa e lançou o Plano de Recuperação que durou quatro anos. Neste período teve cortes do quadro de funcionários, a produção de peças foi reduzida de 13 mil para 7 mil, eliminando as versões de peças similares e deixou de produzir vídeo games. E graças aos bonecos da linha Star Wars e Harry Potter que a empresa conseguiu respirar.

Uma outra ação muito relevante do gestor foi investir em pesquisas para entender a relação do seu público com a LEGO. Desde então os licenciamentos com parceiros temáticos são estratégicos, como a Marvel, Piratas do Caribe, família Simpsons e até mesmo a série Friends. Esta por sinal é um exemplo de que o público-alvo não é apenas restrito as crianças. E uma boa prova disso foi o lançamento em julho deste ano da máquina de escrever com 2.079 peças.

Diante da pandemia, a LEGO se consolida como a maior fabricante mundial de brinquedos, com um crescimento no lucro de 140%. Neste período os pais passaram mais tempo em casa com os filhos, e claro, brincando de LEGO.

E por falar em pandemia, aqui no Brasil, algumas pequenas empresas ampliaram o portfólio ou até mesmo fecharam parcerias com outras empresas em outro ramo de atividade. É o caso da ProMaxi que confeccionava etiquetas para calças jeans e a Neo Soul que fabricava displays para ambientação de lojas. Hoje produzem uma linha de produtos de prevenção da Covid-19, que inclui a máscara de proteção facial, totens de álcool em gel e faixas de isolamento. E já registraram aumento de 200% no faturamento. E cientes que as vendas diminuirão com o pós-pandemia, já projetam pivotar novamente com novos produtos.

O fato de pivotar como vimos aqui é um divisor de águas para muitas empresas sobreviverem e mais do que isso, crescerem. Porém, o mais importante é agir de forma planejada para não ficar na tentativa e erro. Buscar apoio de profissional experiente como caso da LEGO, ou lançar um novo produto como a BMW, ou estar atento as tendências como a Amazon e buscar parcerias como o as pequenas empresas que se uniram e estão crescendo, poderão consolidar a sua empresa a ser referência no que faz, como a SAMSUNG e todas aqui citadas.

Então, tire essa pedra do seu caminho e PIVOTE!!

Compartilhe:

Receba o PME NEWS

Ao enviar o e-mail, você declara estar de acordo com as Políticas de Privacidade e de Cookies publicadas no site.



    PATROCINADOR