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REALIZAÇÃO: Bit Partner | DIREÇÃO: Sidney Cohen

A importância da Segurança em Distribuição para a cadeia logística

Se por um lado a pandemia causou impacto para alguns setores da economia, por outro, gerou oportunidades e a área da logística está tanto de um lado como do outro da balança e mais do que isso, é estratégica diante deste cenário.

Mais do que falar do processo a que se propõe, destacamos na edição deste mês do PME NEWS, a importância da segurança na cadeia logística. E entrevistamos o CEO da Apta Safe Logistics, Evandro Correa, especialista em gestão de segurança em distribuição. Confira!

Bastidores

  • O Mercado de fusões e aquisições continua aquecido. Segundo o relatório da plataforma Transactional Track Record (TTR), em 2020 as operações nas empresas brasileiras movimentaram R$ 229 bilhões. Este ano está ainda melhor, com 916 transações e um movimento de R$ 258 bilhões, só no primeiro semestre. Os setores de Tecnologia e Internet se destacaram com 363 transações, um aumento de 98% em relação ao mesmo período do ano passado e os setores de Finanças e Seguros, com 170 transações.
  • Um levantamento realizado pela empresa de consultoria e auditoria EY aponta que o Brasil subiu quatro posições e agora ocupa o 11º. lugar no ranking mundial e primeiro na América Latina na atratividade para investimentos em energias renováveis. O estudo aponta que no Brasil a energia eólica offshore poderia ter um forte crescimento devido à velocidade dos ventos do país, por outro lado, há planos para regulamentar o mercado deste tipo de energia no mar. Apesar de não possuir turbinas nos seus 8 mil km de costa atlântica, um novo projeto de lei foi proposto no Congresso em fevereiro, e, se aprovado, abrirá o setor. Os Estados Unidos lideram o ranking, seguidos pela China e Índia.
  • A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) prevê investimentos em projetos no setor de árvores plantadas, do campo à indústria, no valor de R$ 53,5 bilhões até 2024. O setor emprega 1,4 milhões de pessoas que atuam na produção e comercialização de papéis, painéis, pisos e biomassa. Em 2020, em plena pandemia, a indústria de celulose registrou a produção de 20.953 milhões de toneladas em um ano. E exportou 15,6 milhões de toneladas, um aumento de 6,1% comparados a 2019.

    Seguem alguns fatores que comprovam o bom desempenho do setor neste período:

    – Aumento do consumo de alguns produtos, como: as máscaras, aventais e toucas hospitalares, que levam celulose em sua composição.

    – Preocupação da população em estocar papel higiênico no início da quarentena, que resultou na alta de 1,4% de sua produção no ano, alcançando a marca de 1,3 milhão de toneladas. O papel-cartão, que é usado em embalagens de delivery, também sentiu o reflexo. E registou o aumento de 4,9%.

    – O modelo home-office contribuiu também. Os painéis usados nos móveis para o trabalho remoto teve impacto imediato nas vendas, com alta de 6,6% comparados a 2019.

Novos Desafios

  • Pedro Campos é o novo Diretor Executivo da CSU MarketSystem.
  • Lucas Vargas ingressa na Nomad como CEO.
  • Daniel Spolaor é o novo Diretor de Gente e Operações da Falconi.

Dados Impressionantes

  • O estudo “Distrito Mining Report – Agtech 2021” divulgado em junho aponta que os investimentos nas Agtechs brasilerias (startups associadas ao agronegócio) desde 2009 ultrapassaram US$ 160 milhões. A pesquisa foi realizada com 298 startups dos segmentos de agricultura de precisão, biotecnologia, automação e robotização e também marketplace. Segundo o relatório, 2020 foi o melhor ano de todos os tempos, com aportes de US$ 67,3 milhões. Este ano, as agtechs levantaram até o momento US$ 4,7 milhões. O estudo menciona também as maiores startups do setor, com destaque para: Solinftec, Agrosmart, BoosterAgro, Xmobots e GlobalYeast.
  • De acordo com os dados da Federação Nacional das Associações de Revendedores de Veículos Automotores (FENAUTO), a venda de veículos usados totalizou um pouco mais de 6 milhões de transações de janeiro a maio deste ano, um aumento de 59,2% comparados ao mesmo período de 2020. Os veículos seminovos cresceram 55,8%, com 973.803 transações. Um dos principais fatores para a alta demanda, segundo o levantamento, está associado ao estoque reduzido dos veículos Zero km devido à falta de componentes, principalmente semicondutores, que comprometeram as linhas de produção das montadoras.
  • A pesquisa realizada pela Nielsen sinaliza que as vendas em supermercados de bairro independentes cresceram 21,2% em valor, no primeiro trimestre deste ano, comparados ao mesmo período de 2020.  Esta tendência já havia sido sinalizada por outro estudo realizado no primeiro trimestre do ano passado pela Consultoria Kantar que apontou que mais de 2 milhões de lares passaram a comprar em pequenos comércios e em mais de 1,2 milhão em varejos tradicionais. Antes da pandemia as compras concentravam-se em atacarejos e com a pandemia, 59,6% dos entrevistados passaram a comprar nas lojas de bairro e em pequenos comércios para evitar grandes deslocamentos.

Agenda

Apuração em Março, Abril e Maio – Simples Nacional: prorrogado prazo para pagamento dos Tributos Federais, Estaduais e Municipais.

  • o período de apuração março de 2021, com vencimento original em 20 de abril de 2021, poderá ser pago em duas quotas iguais, com vencimento em 20 de julho de 2021 e 20 de agosto de 2021;
  • o período de apuração abril de 2021, com vencimento original em 20 de maio de 2021, poderá ser pago em duas quotas iguais, com vencimento em 20 de setembro de 2021 e 20 de outubro de 2021;
  • o período de apuração maio de 2021, com vencimento original em 21 de junho de 2021, poderá ser pago em duas quotas iguais, com vencimento em 22 de novembro de 2021 e 20 de dezembro de 2021;

Informações: https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/noticias/2021/marco/prorrogado-prazo-para-pagamento-dos-tributos-federais-estaduais-e-municipais-no-ambito-do-simples-nacional

Entrevista

Esta coluna é destinada a entrevistas com especialistas, gestores, executivos e empresários de destaque.

Segue a entrevista de Evandro Correa.

PME NEWS – O tema segurança sempre é considerado nas operações logísticas. Qual o conceito e o porquê Segurança em Distribuição?

Evandro Correa – Em todas as cadeias logísticas sempre será necessário ou mesmo compulsório o atendimento da legislação, das normas, das certificações e, dependendo do segmento de mercado, ainda aos requisitos específicos de clientes, voltados à segurança.

Por experiência, esses processos invariavelmente não estão 100% conectados, às vezes estanques ou ainda ineficazes para toda a cadeia logística, suas operações e procedimentos.

Sem gerar duplicidade e retrabalho, temos então o foco na Gestão em Segurança em Distribuição, num modelo que conecta e integra todos os processos e operações até o nível de execução. Esse modelo é construído a partir de uma estrutura que chamamos de elementos de gestão e que tem como pilares a estrutura organizacional e de recursos, liderança, comportamento e atitude seguros, permeado em todos os níveis organizacionais da empresa, desde a alta liderança até o processo de contratação de um terceiro, por exemplo.

PME NEWS – Como a segurança em distribuição impacta nos resultados da cadeia logística?

Evandro Correa – Impacta em salvar vidas – funcionários/terceiros, reduzir a exposição aos riscos, reduzir desvios e incidentes, eliminar perdas, reduzir custos, elevar a produtividade e ainda perpetuar o negócio, já que operações inseguras, com alto índice de desvios e acidentes tendem a ser eliminadas.

Muito comum vivenciarmos a situação: O que ocorreu com a empresa tal (ou operação…)? Até o ano passado tinha um desempenho excelente e nesse ano queda acentuada de performance, elevação de desvios e acidentes…

PME NEWS – Como interagem segurança em distribuição, performance, produtividade e custos na cadeia logística?

Evandro Correa – Pense numa operação com índices expressivos de desvios como avarias, atrasos, interrupções, acidentes, contaminações, geração de resíduos…

Se ocorrem internamente, e a empresa desdobra-se em recursos para garantir o atendimento do seu cliente, invariavelmente terá um aumento expressivo de custos não previstos; o que pode comprometer a sua viabilidade.

Se ocorre em ambiente externo, como por exemplo acidentes rodoviários ou em operações em terceiros, além dos custos diretos com ressarcimentos, etc., haverá sempre o comprometimento da performance e produtividade.

Segurança em distribuição, performance, produtividade e custos estão totalmente conectados, não são concorrentes, pelo contrário, complementares.

PME NEWS – Esse conceito se aplica a todo porte de empresas?

Evandro Correa – Certamente. Os benefícios são evidentes em qualquer porte de empresa.

Empresas com programas implementados e em constante evolução têm visíveis os resultados e ainda desenvolvem a cultura interna de segurança em distribuição. Quando surge uma nova operação, os conceitos já estão implementados e são a ela aplicados.

PME NEWS – Especificamente para as pequenas empresas, quais são as vantagens de se aplicar os protocolos de gestão de segurança em distribuição?

Evandro Correa – Empresas de pequeno porte ao adotarem e implementarem um programa de segurança em distribuição têm a vantagem em garantir seu crescimento num ambiente que garantirá os resultados esperados em segurança e seus benefícios. Evitam serem sempre reativas na solução de eventos indesejáveis, o que normalmente é muito mais custoso sob todos os aspectos. Por outro lado, reduzem os riscos de descontinuidade operacional ou mesmo do negócio por eventos gerados pela falta de um sistema robusto de segurança em distribuição.

PME NEWS – Ele se restringe a produtos e/ou operações de maior risco?

Evandro Correa – Aplica-se a todo tipo de operação e produtos.

Uma avaliação de risco sempre deve ser feita para identificar as práticas e profundidade de aplicação das ferramentas de gestão em segurança em distribuição. Pode haver riscos ambientais, contaminações, produtos de alto valor agregado, vidas….

Esse procedimento também evita que se subestime ou superestime os riscos, garantindo inclusive custos adequados na aplicação de ações necessárias.

PME NEWS – Como na prática pode ser aplicado na cadeia logística?

Evandro Correa – A melhor prática é iniciar por uma avaliação inicial, um diagnóstico, que passa desde a estrutura organizacional e de gestão da empresa, normas, procedimentos, contratos, auditorias, capacitação, manutenção, gestão de riscos, investigação de incidentes, saúde e segurança de colaboradores e terceiros, meio ambiente e emergências.

O resultado, que proporciona a visibilidade do estágio de desenvolvimento em segurança em distribuição, elabora-se um plano de implementação.

O conceito baseia-se no compartilhamento e transferência de conhecimento e na aplicação de protocolos de gestão de segurança em distribuição. A empresa deve absorver os conhecimentos, desenvolver, revisar, ajustar seu sistema de gestão para que sejam aplicados, perpetuados e melhorados.

Há várias ferramentas que podem ser aplicadas como Análise de Riscos Rodoviários e/ou de Operações, Programa de Auditorias Comportamentais – inclui Rodoviária, Custos de Acidentes e Incidentes, Investigação de Incidentes e Acidentes (Árvore de Causas), Percepção de Riscos, Identificação e Tratamento de Desvios (normalmente estão ocultos), Gestão Eficaz de Indicadores de Segurança, Inspeções de Segurança em Armazéns, dentre outros.

Um bom exemplo é a ferramenta para inclusão da avaliação de riscos no conteúdo de procedimentos e instruções operacionais. Traz diversos benefícios e integra operação e segurança com resultados excepcionais em produtividade e segurança para o colaborador desde o seu treinamento até a operação.

PME NEWS – Quais os impactos em se ter ou não um programa implementado de segurança em distribuição?

Evandro Correa – Pode ser fator contribuinte para determinar a continuidade ou não de um negócio.

Empresas que operam de forma segura e evidenciam resultados positivos, além da elevação de sua competitividade, são naturalmente atrativas para clientes alinhados com as mesmas práticas de segurança e meio ambiente, e isso é uma tendência mundial, independente se para cadeias logísticas naturalmente mais críticas sob aspecto de segurança, como de produtos perigosos.

Outro fator impactante é a imagem da empresa, clientes não desejam ter suas marcas relacionadas a acidentes, contaminações de meio ambiente, etc.

PME NEWS – Com a pandemia, como esse processo foi impactado?

Evandro Correa – Acredito que o maior impacto ocorre nas avaliações de campo, como inspeções, homologações de operações, empresas e auditorias.

Mas trouxe oportunidades como a digitalização de processos, alternativas como reuniões de alinhamento e acompanhamento das operações por vídeo, entrevistas, com uso de ferramentas digitais.

As avaliações de campo dificilmente serão substituídas, em especial pelas observações de comportamento e atitude e suas abordagens, mas abriu-se um caminho que pode, inclusive, deixar esses processos mais produtivos, sem perder a sua essência e não serem superficiais.

PME NEWS – Quais as perspectivas sobre esse tema na cadeia logística?

Evandro Correa – Num mercado de provedores de serviços logísticos cada vez mais competitivo, demandado por clientes que são impactados diretamente pela performance segura e de imagem de seus provedores, não há outro caminho se não abraçar o tema e usufruir todos os benefícios que proporciona.

PME NEWS – Que dica você dá para as empresas que precisam melhorar a gestão da Segurança em Distribuição?

Evandro Correa – Avaliem seus negócios de qualquer porte, sob aspecto de segurança em distribuição. Façam perguntas como “por que precisamos disso?”

– Para preservar vidas?

– Para reduzir minha exposição aos riscos? Nós os conhecemos, somos capazes de identificá-los?

– Para reduzir ou eliminar incidentes e acidentes – tenho critérios, investigo-os com metodologias corretamente aplicadas?

– Elevar a produtividade, reduzir custos?

– Estamos alinhados com as políticas e práticas de segurança de nossos clientes?

– Isso pode ser um diferencial competitivo?

– Meu negócio corre riscos se minhas operações não forem seguras?

– Como está a imagem de minha empresa sob aspecto de segurança, internamente e externamente?

Se em pelo menos em uma dessas respostas houver uma demanda, invista na avaliação de como sua empresa está gerindo esse tema e como pode elevar sua performance e melhorar sua competitividade e garantir sua longevidade.

Pense Nisso

“Empresas que operam de forma segura e evidenciam resultados positivos, além da elevação de sua competitividade, são naturalmente atrativas para clientes alinhados com as mesmas práticas de segurança e meio ambiente”.

Evandro Correa

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