Todas Edições

O PORTAL DA MICRO, PEQUENA E MÉDIA EMPRESA.

REALIZAÇÃO: Bit Partner | DIREÇÃO: Sidney Cohen

A importância do Compliance para o cenário empresarial

Mesmo após três anos da promulgação da Lei Anticorrupção, a maioria das empresas brasileiras ainda não se mobilizou para implementar controles rígidos de combate à corrupção e a fraudes. Segundo a  pesquisa “Nível de Maturidade de Compliance das Organizações Brasileiras – 2017”, lançada recentemente pela consultoria global Protiviti com 1417 participações; apenas 4% das organizações realizam um programa de compliance efetivo, seguindo as principais diretrizes nacionais e internacionais, enquanto 45% destas organizações ainda estão com o nível de compliance baixo, em extrema situação de exposição a riscos de corrupção.

Para entender melhor a importância do compliance no cenário empresarial, entrevistamos Glades Chuery, fundadora do Potencial Compliance Brasil, entidade que tem o objetivo de disseminar a cultura de compliance, ética nas organizações, inclusive nas de Pequeno e Médio Porte. Confira a entrevista no final dessa edição ou clique aqui.

Bastidores

  • Para o Sebrae, o impacto da greve de caminhoneiros tende a ser maior nas micro e pequenas empresas localizadas em cidades com mais de 100 mil habitantes. O que representa 30% das 11,5 milhões de negócios optantes do regime do Simples Nacional. Nas grandes cidades há uma prática de se trabalhar com poucos estoques nas atividades econômicas realizadas nesses centros, ao passo que nas cidades menores, é comum trabalhar com estoques um pouco maiores. Hoje, as MPE representam 98% das empresas do país, geram 52% da massa salarial e são responsáveis pela maioria da geração de emprego.
  • Um estudo realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) aponta que a renda obtida por hospedagens de turistas  em quartos e imóveis através de plataformas digitais no Brasil e negócios voltados ao turismo acrescentou R$ 2,5 Bilhões ao PIB Brasileiro. Fora o custo da hospedagem, os usuários desses tipos de plataformas gastam, em média, três vezes mais do que os que se hospedam em hotéis e pousadas.
  • O Relatório Global de Fraude e Identificação 2018, divulgado pela Serasa Experian, indica os resultados de um estudo realizado com 500 empresas de 11 países e 5.500 consumidores, entre os meses de junho e agosto de 2017. Mais de dois terços (67%) das empresas acreditam que uma transação fraudulenta aprovada gera mais custos do que uma transação legítima negada. E 80% das companhias brasileiras preferem perder transações legítimas a correr o risco de sofrer uma fraude. O percentual é líder entre os países pesquisados. Em segundo, vem os Estados Unidos (73%) e China (72%).
  • A pesquisa “Negócios de Impacto Social e Ambiental”, realizada pelo Sebrae, aponta que 39,5% dos empreendedores têm graduação mais elevada do que nível superior completo. Aproximadamente 55% trabalham sozinhos, 17,2% possuem de dois a cinco funcionários e 15,6% têm apenas um colaborador. Segundo o estudo, a educação (37,1%), seguida por treinamento – acesso a trabalho e renda (25,8%), cultura (22,6%), economia criativa e artesanato (19,4%) são as áreas que atraem mais negócios de impacto social. Segmentos inovadores como cidades inteligentes (11,3%) e economia verde (8,1%) também se destacam entre aqueles com maior predominância no Brasil. De acordo com o levantamento, 64% dos empresários entrevistados abriram o negócio de impacto com foco na inclusão de pessoas com menor renda.

Novos Desafios

  • Glades Chuery é a nova Gerente de Compliance da Grant Thornton.
  • Vitor Cássio assume a gestão comercial da Gastroservice Refeições.

Dados Impressionantes

  • Segundo a Agência Nacional do Cinema (Ancine), o número de salas de cinemas no Brasil bate recorde com 3.279 salas. A marca supera a de 1975, que era de 3.275 salas. De 1975 até 1990 muitos cinemas fecharam. O bom desempenho do cinema nacional e a construção de shoppings em grande escala nos últimos anos são os principais fatores para se alcançar essa marca.
  • Estudo realizado pelo Ibope sobre vacância no setor de Shopping Centers, aponta que hoje há cerca de 1 milhão de metros quadrados vagos nos 522 shoppings espalhados pelo País. São 12,5 mil lojas desocupadas. No último ano, houve uma melhora na ocupação, nos shoppings construídos antes de 2012. Nesse grupo, 8,5% das lojas estavam vagas em 2017. Neste ano, essa marca caiu para 7,9%. Nos shoppings novos, abertos a partir de 2013, a vacância em número de lojas, que atingiu o pico de 46% em 2017, recuou para 41% este ano.
  • Um levantamento realizado pela empresa de consultoria especializada em Games, NewZoo, aponta que o Mercado de Games mundial faturou US$ 108,9 bilhões em 2017. Para 2020 a previsão é de U$S 128,5 Bilhões. China, EUA e Japão lideram o ranking. O mercado brasileiro movimentou R$ 4,55 bilhões, para esse ano a estimativa é que supere a marca dos R$ 5 bilhões. O Brasil ocupa a 13ª posição em faturamento global. Em número de consumidores, o país é o 4º colocado, com cerca de 66,3 milhões de jogadores. Novas plataformas vêm sendo usadas, impulsionadas pelos jogos em realidade virtual. O crescimento da indústria nacional de jogos digitais cresceu. Segundo a Associação Brasileira de Games (Abragames), nos últimos 10 anos, o número de empresas desenvolvedoras no país saltou de 43 para mais de 300.

Agenda

  • 11 a 14 de Junho – Gramado – RS
    Salão de Gramado – Feiras de Móveis e Decorações
    Local: Centro de Feiras e Eventos Serra Park
     
  • 26 a 29 de Junho – São Paulo – SP
    Fispal Tecnologia
    Feira Internacional de Tecnologia para Indústria de Alimentos e Bebidas
    Local: São Paulo Expo

Entrevista

Esta coluna é destinada a entrevistas com especialistas, gestores, executivos e empresários de destaque.

Segue abaixo a entrevista de Glades Chuery – Potencial Compliance Brasil.

PME NEWS – O que é o compliance? E qual a sua importância para o cenário empresarial?

Glades Chuery – O mundo tem vivido mudanças sem precedentes. A sociedade tem buscado cada vez mais formas de se combater a corrupção, em todos os âmbitos, público e privado.

Compliance é um termo em inglês, que vem do “to comply”, que significa agir de acordo com as (todas) regras. O compliance é o dever de cumprir e estar em conformidade com diretrizes estabelecidas na legislação, normas e procedimentos determinados, interna e externamente, para uma empresa, de forma a mitigar riscos relacionados a reputação e a aspectos regulatórios.

No âmbito internacional, já se ouve falar em Compliance desde o escândalo de Watergate (1977), além dos esforços da ONU e da OCDE no combate à corrupção no mundo. Por outro lado, no Brasil só começamos a ouvir falar em compliance logo após as manifestações e escândalos de 2012.

Em 2013, o Brasil promulgou a Lei 12.846, conhecida como Lei Anticorrupção, que dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.

No cenário corporativo é importante ter um programa de integridade, que impulsione a empresa a assumir um papel central de mudança de cultura. À medida que a integridade na organização é percebida, cria-se um novo ambiente de trabalho, com uma cultura de integridade verdadeira.

PME NEWS – Como adequar uma empresa aos Programas de Compliance?

Glades Chuery – Não existe uma fórmula mágica para implantação do Programa de Compliance. Por outro lado, uma vez que a empresa adota trilhar pelos caminhos da integridade, não há volta.

Tudo começa com o compromisso da alta administração em querer fazer a coisa certa. Após o endosso e comprometimento da alta administração é importante a realização de uma avaliação de risco no ambiente da empresa. A avalição de risco deve consideração toda à estrutura da empresa. Independente se é pequena, média ou grande porte.

Os resultados da avaliação de risco geram desdobramentos, que devem ser atendidos pelas empresas, como: controles para mitigar os riscos identificados, políticas e procedimentos (aderentes ao compliance) para nortear as atividades dos colaboradores, elaboração de código de conduta, treinamentos e comunicação adequado do Programa de Compliance e demais elementos, auditorias periódicas e melhorias contínuas.

Por outro lado, é importante destacar as recentes normas publicadas pela ISO.  A ISO19600, que trata sobre o sistema de compliance e a ISO37001, que trata sobre antisuborno.  Essas normas são aplicáveis para todas as empresas que desejam ter um programa de integridade (Programa de Compliance) em conformidade com as normas internacionais.

PME NEWS – Quais são os principais benefícios que esse programa proporciona e quais os riscos que as empresas passam a ter se não se adequarem ao compliance?

Glades Chuery – Um dos principais benefícios em se ter um Programa de Compliance, é que ainda é um diferencial competitivo entre as empresas privadas.

Para contratação com empresas públicas, licitação, por exemplo, é imprescindível a prerrogativa do Programa de Compliance, visto que a Lei Brasileira Anticorrupção é aplicável, principalmente para as empresas que atuam neste ambiente.

O Programa de Compliance garante a empresa estar aderente à legislação brasileira e protegida contra fraudes internas e riscos de imagem e contribui decisivamente para minimizar as chances de que colaboradores se envolvam direta ou indiretamente nas práticas de ilícitos.

PME NEWS – Como o compliance contribui para o modelo de gestão empresarial tornar o ambiente corporativo saudável e rentável?

Glades Chuery – O grande diferencial do compliance atualmente é garantir a integridade do negócio como um todo. O compliance vai muito além de ser um programa que segue regras ou normas, ou então só combate a corrupção. É preciso a adesão daqueles que tomam as decisões nas empresas.

O compliance contribui significativamente para os negócios, quando é aderido por todos. Estudos já comprovaram que a corrupção causa fortes desequilíbrios econômicos e impactos nas finanças e na produtividade do país e, consequentemente, das empresas, adicionalmente, impacto direto no desenvolvimento social e, consequentemente, principal agente que paralisa as boas oportunidades e crescimento de negócios.

PME NEWS – Qual a importância de se implantar o Programa de Compliance no cenário das Pequenas e Médias Empresas? Para as Pequenas Empresas que não dispõem de recursos financeiros, é possível implantar um Programa de Compliance de baixo custo?

Glades Chuery – Há uma frase muito interessante que foi dita por um especialista em compliance “Se você pensa que Compliance é caro, tente o Não Compliance!”.

Grande parte das PMEs não está estruturada, como as empresas de grande porte. A cultura de integridade é uma questão de decisão da liderança e comprometimento de todos que estão envolvidos com a empresa, independente do seu porte.

Se levarmos em consideração que muitas PMEs participam direta e indiretamente de processos licitatórios, a aderência ao Programa de Compliance é, sem dúvida, um diferencial competitivo e tem sido até mesmo classificatório.

Neste sentido, mesmo com um baixo investimento as PMEs podem ter um Programa de Compliance efetivo e certamente os negócios serão muito mais rentáveis quando prática de ilicitudes deixarem de ser cometidas.

Pense Nisso

“O Compliance é um caminho sem volta para TODAS as empresas, independente do porte”.

Glades Chuery

Receba o PME NEWS

Ao enviar o e-mail, você declara estar de acordo com as Políticas de Privacidade e de Cookies publicadas no site.



    PATROCINADOR

    Ao clicar em “Aceitar cookies”, você concorda com o armazenamento de cookies no seu dispositivo para melhorar a navegação no site, analisar o uso do site e nos ajudar na melhoria da qualidade dos nossos serviços Leia nossa política de privacidade e política de cookies