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REALIZAÇÃO: Bit Partner | DIREÇÃO: Sidney Cohen

Coworking, muito além de um espaço compartilhado

O Brasil possui 810 espaços compartilhados, que ocupam 313 mil metros quadrados, com 56 mil estações de trabalho e geram 3,5 mil empregos diretos e indiretos. E movimenta R$ 82 milhões. Esses dados são do Censo Coworking Brasil de 2017 e não param de crescer.

Para entendermos o porquê do coworking estar em evidência, entrevistamos a cofundadora da Opportunity Work, Debora Garcia, que aponta os benefícios, os perfis e as razões das empresas optarem por esse modelo inovador e colaborativo aos seus negócios, além dos desafios e as tendências do setor. Confira a entrevista no final dessa edição ou clique aqui.

Bastidores

  • De acordo com a 41ª edição da Pesquisa Ranking ABRAS/SuperHiper, elaborada pelo Departamento de Economia da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), o setor supermercadista brasileiro registrou faturamento de R$ 353,2 bilhões em 2017, um crescimento nominal de 4,3% na comparação com 2016.  Desse número, R$ 187,4 milhões concentraram-se nas mãos das 20 maiores empresas do segmento – Carrefour (R$ 49,6 bilhões), GPA (R$ 48,4 bilhões, sem contabilizar os números da Via Varejo), Walmart (R$ 28,1 bilhões), Cencosud (R$ 8,5 bilhões) e Irmãos Muffato (R$ 6 bilhões) lideraram o ranking. A pesquisa aponta que o setor encerrou o ano com 89,3 mil lojas e 1,822 milhão de funcionários diretos, com 20 mil novas vagas de emprego. Para esse ano, a previsão da ABRAS é de crescimento de 3%.
  • O estudo realizado pela empresa de consultoria E-Consulting, estima que o Varejo online deve faturar R$ 77,5 bilhões em 2018. Segundo a pesquisa, o índice VOL (Varejo Online) deverá crescer 20,9%. Diferente do Ebit que mede o comércio eletrônico e foca os bens de consumo, o VOL mede além das vendas de bens de consumo, automóveis e turismo. A movimentação de marketplaces também é contabilizada. O estudo sinaliza também que 84% dos brasileiros devem realizar os pagamentos de forma online.
  • O volume pago com cartões de débito e crédito no Brasil em 2017 foi de R$ 1,36 Trilhão, segundo o levantamento realizado pela Associação das Empresas de Cartões (Abecs), um crescimento de 12,6% em relação a 2016. Os cartões de crédito registraram R$ 842,6 bilhões, alta de 12,4%, os cartões de débito, R$ 508 bilhões, alta de 12,6%, e os cartões pré-pagos, R$ 6,6 bilhões, alta de 68,8%. Apesar de 95% de o mercado estar nas mãos das 3 maiores: Cielo, Rede e GetNet, o Banco Central estimula a concorrência, principalmente para a entrada de pequenas empresas no mercado,  dispensando, assim, o giro anual de até R$ 500 milhões para operar. As startups estão mobilizadas para atender esse cenário, algumas oferecem diferenciais além do cartão, a exemplo de software de automação comercial e gestão de caixa de estoque, visando ampliar a atuação às micro e pequenas empresas.
 

Novos Desafios

  • Zaida Goulart ingressa no Instituto Gerir como Gerente Corporativo de Recursos Humanos.
  • Paulo Souza da Silva é o novo Diretor Geral da Casa do Pastel.

Dados Impressionantes

  • De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), havia 1,3 milhão de ambulantes no país no 3º trimestre de 2017. Desses, 501,3 mil pessoas eram do setor de ambulantes de alimentação, em 2012 eram 98,4 mil. O estudo aponta que esse crescimento deve-se à falta de oportunidade de trabalho em consequência da crise. Outro fator ponderante é a baixa exigência de especialização para preparar um alimento ou revendê-lo pronto.
  • Segundo estudo realizado pela PwC do Brasil, o agronegócio é responsável por 21% do PIB nacional e por 1/3 de todos os empregos do país. E revela que até 2050 o mundo deverá atingir o número de 9,3 bilhões de habitantes, e este aumento deverá impactar em um acréscimo de 70% na produção mundial de alimentos que passará a depender de países em desenvolvimento, responsáveis por 90% da produção de alimentos.
  • O leilão realizado em março, dos 9 blocos da Bacia de Campos e 3 da Bacia de Santos, que ficam no litoral fluminense, devem gerar ao Estado do Rio de Janeiro, segundo a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), US$ 500 milhões em investimentos nos primeiros 7 anos de exploração e US$ R$ 100 bilhões em investimentos entre 2025 e 2035 e 125 mil empregos por ano.  Os 500 milhões a serem investidos na fase de exploração, poderão ser potencialmente maiores, por resultar em demandas por levantamento e processamento de dados geofísicos, perfuração, estudos sísmicos, afretamento e operações de embarcações especiais (sondas e apoios marítimos), dentre outros. Estima-se também que o Estado do Rio se beneficiará com a arrecadação de Royalties, estimados em US$ 50 bilhões, até 2040.

Agenda

  • 22 a 24 de Maio – São Paulo – SP
    EnerSolar + Brasil – 7ª Feira Internacional de Tecnologias para Energia Solar
    Local: São Paulo Expo
  • 31 de Maio – Prazo para os Microempreendedores Individuais (MEI), entregarem à Receita Federal a Declaração Anual do Simples Nacional (DASN-SIMEI), referente ao ano de 2017.

Entrevista

Esta coluna é destinada a entrevistas com especialistas, gestores, executivos e empresários de destaque.

Segue abaixo a entrevista de Debora Garcia, cofundadora do  Coworking – Opportunity Work.

PME NEWS – Home Office, Home Based, Escritório Virtual e Coworking. Em que situações se aplicam cada modelo?

Debora Garcia – Antes de abordar cada caso, é interessante observar os motivadores. Destaco dois cenários, os “enclausurados”, pessoas que preferem ficar em casa, fazer coisas próximas de suas residências e tendem a ter uma qualidade de vida melhor aos que perdem muito tempo com deslocamento de suas residências ao trabalho. Outro cenário é a da economia compartilhada, e tem como “motor” a utilização de recursos ociosos. Ter algo que não é usado, mas que pode ser alugado, compartilhado. Isso é muito forte como vemos hoje em modelos de negócio que se baseiam compartilhamento de carros, casas, espaços de trabalho, dentre outros…

Home Office

O conceito não é novo e tem evoluído com a internet. Comunicar-se ficou mais fácil, as distâncias diminuíram com o mundo digital. Com o home office, as pessoas podem trabalhar para uma empresa ou não, mas trabalham da sua própria casa. Algumas empresas, independente de seu porte, já adotam esse modelo e percebem inclusive uma produtividade maior em boa parte dos funcionários.

Home Based 

Muitos profissionais abriram suas empresas em casa, a exemplo de jornalistas, coaches, artistas plásticos, desenvolvedores de sistemas e outros que utilizam a sua casa como base de seu negócio e sabem dosar bem o custo x benefício.

Escritório Virtual

Esse é um exemplo de produto da economia compartilhada. Facilidade de ter uma secretária, atendimento telefônico personalizado, transferência de chamadas, endereço comercial e fiscal em endereço nobre sem a necessidade de locar um espaço físico neste local. Onde antes se contratava uma pessoa, telefone, internet e um local, hoje de forma financeiramente mais vantajosa, é possível ter um atendimento personalizado para sua empresa. Tem muito aplicação para pessoas autônomas, como os home based acima. Aliás, ninguém quer ouvir o cachorro latindo ou a criança chamando quando ligarem para sua empresa.

Coworking

O coworking  vai além de um espaço. Tem a ver com comunidade e compartilhamento. Bancos estão ”fazendo coworking”, empresas de seguros estão criando seus espaços e existem rumores que até a iniciativa pública pretendem criar espaços com esse conceito. 

A ideia do coworking também é um produto da economia compartilhada. Lugares enormes e bem localizados que antes era ocupado por uma empresa, hoje são ocupados por várias empresas. O mais interessante no coworking é a troca, o relacionamento, “eu não estou sozinho”, mas sim em uma comunidade.

PME NEWS – Porque o Coworking está em evidência atualmente?

Debora Garcia – Acredito que muito pela troca entre as empresas que habitam o espaço. Pessoas que utilizam o home based e o home office, por exemplo, produzem menos e com menos alegria. Fomos feitos para viver em comunidade e não em uma ilha deserta. Desta forma quando um profissional loca uma estação de trabalho, ele ganha uma rede de relacionamento com empresas e pessoas que o faz crescer e evoluir. 

A crise econômica contribuiu para que os profissionais recém-desligados de suas empresas passassem a empreender. E o modelo de coworking é muito mais vantajoso financeiramente do que montar um escritório do zero.

PME NEWS – Quais os principais benefícios que esse modelo proporciona?

Debora Garcia – São muitos os benefícios, mas destaco dois deles. A Comunidade e a Economia. A comunidade ajudará a gerar novos negócios e a economia permitirá crescer como empresa a um investimento acessível.

PME NEWS – Como esse modelo colaborativo de trabalho torna seus clientes mais produtivos?

Debora Garcia – O ambiente compartilhado é sem dúvidas, colaborativo. Quem não gostaria de conviver e trabalhar ao lado de pessoas que têm ou tiveram as mesmas dificuldades? E trocar experiências e até mesmo negócios entre si? A ajuda está ao seu lado, o vizinho é um grande aliado para tornar seu negócio mais produtivo e rentável.

PME NEWS – Qual o perfil e estrutura de empresas que procuram o modelo de escritório compartilhado?

Debora Garcia – Há diversos perfis. Mas destaco três: 

  • Profissional liberal ou empresa pequena com até 4 pessoas, e abrange diversos ramos e atividades.
  • Empresas de 10 a 20 pessoas que precisam ganhar escala a baixo investimento.
  • Empresas de grande porte, que querem alocar espaços para projetos com tempo determinado. Ao invés de locarem um espaço e arcar com os custos de manutenção e infraestrutura, utilizam um espaço de coworking e podem, assim, ganhar ou diminuir o espaço sem um custo de um aluguel por exemplo, onde numa eventual necessidade de diminuir o espaço ficam impossibilitados  em  reduzir  o custo.

PME NEWS – Quais os principais desafios do Coworking?

Debora Garcia – Hoje, ainda é o fato de as pessoas não conhecerem. Pessoas que já estiveram ou vieram de um coworking, é muito tranquilo locarem um espaço. Para quem nunca esteve em um local, ou não está acostumado a trabalhar com espaços abertos e compartilhados e experimentaram não largam, há também aqueles céticos ao modelo coworking. Para esses eu convido a fazer um “test-drive”, o ceticismo se quebra no momento que se conhece as vantagens e são inúmeras.

É importante ressaltar que o coworking é uma realidade e cresce ano a ano. Segundo o Censo Coworking Brasil 2017, o país possui 810 espaços compartilhados e esse modelo de negócios movimenta mais de R$ 80 milhões.

PME NEWS – O que vem depois do Coworking?

Debora Garcia –  Comparo o coworking a uma padaria, uma em cada esquina. Facilitando as pessoas a trabalharem perto de casa. Diminuindo assim as locomoções. Já existem, no Brasil, redes internacionais de coworking que permite com que você trabalhe de qualquer lugar do mundo com o mesma mensalidade.  Acredito que o modelo de negócio compartilhado não é o presente, mas novos negócios nesse modelo ditarão a tendência de negócios em um futuro próximo.

Pense Nisso

“Fomos feitos para viver em comunidade e não em uma ilha deserta”.

Debora Garcia

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