Todas Edições

O PORTAL DA MICRO, PEQUENA E MÉDIA EMPRESA.

REALIZAÇÃO: Bit Partner | DIREÇÃO: Sidney Cohen

Crise: oportunidade ou ameaça?

“Seja audacioso quando os outros estão com medo e tenha medo quando os outros estão audaciosos”.

Essa frase é de Warren Buffett e se você reparar tem tudo a ver com a situação de crise que atravessamos. E então, de qual lado você está?

É muito fácil associar à crise as ameaças que nos ronda, então que tal identificar na própria crise as oportunidades e ser audacioso?

Na edição deste mês, entrevistamos o Especialista em Negócios, Israel Christof. Ele analisa o cenário de crise, do planejamento estratégico tradicional ao dos métodos ágeis e sinaliza como eles são importantes para se identificarem oportunidades diante de várias ameaças. Confira!

Bastidores

  • O Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor) prevê um aumento de 5% nas vendas do setor para este ano. Mesmo com a suspensão de casamentos, formaturas e demais eventos, devido a pandemia, o levantamento realizado pela instituição aponta que a decoração residencial e o formato do negócio envolvendo o e-commerce e o delivery contribuirão para esse desempenho. O mercado de flores no país tem 8 mil produtores que cultivam mais de 350 espécies, acima de três mil variedades e é responsável por 199.100 empregos diretos.
  • O levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que 82% das grandes indústrias pretendem investir esse ano. Para 35% das indústrias entrevistadas, os investimentos devem ocorrer na melhora do processo produtivo; 33% no aumento da capacidade de produção; 15% desejam apenas manter a capacidade produtiva; 11% pretendem introduzir novos produtos; 4% introduzir novos processos produtivos e 2% têm outros objetivos. Entre as empresas que não pretendem investir, 35% afirmaram que não há necessidade, 33% optaram por não fazer os investimentos e 33% não conseguem investir. O estudo aponta também que nos últimos seis anos, cerca de 70% dos recursos usados nos investimentos foram feitos com recursos das próprias empresas. Em 2020 o percentual foi de 72% e 28% tiveram a participação de outros meios, assim distribuídos: Bancos comerciais privados (13%); Bancos oficiais de desenvolvimento (7%) e demais formas de financiamentos, como: bancos comerciais públicos, financiamento externo, construção de parcerias ou joint venture (8%).

Novos Desafios

  • Celso Blanco é o novo CEO da Ontex Brasil, subsidiária brasileira da fabricante belga, dona das marcas Pompom e Bigfral.
  • Thiago Velloso é o novo Diretor-Presidente do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia – CIETEC.

Dados Impressionantes

  • Estudo divulgado em março pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que mediu os dados a partir da produção básica de grãos e oleaginosas do país, aponta que o agronegócio do Brasil é responsável por alimentar cerca de 800 milhões de pessoas, aproximadamente 10% da população mundial.

    A pesquisa sinaliza que os grãos e oleaginosas são a base da alimentação humana, para consumo direto, de alimentos processados ou como insumo para ração para a produção de carnes.

    Segundo o levantamento, a participação do Brasil na produção mundial de grãos cresceu de 6% em 2011 para 8% em 2020. Já outro dado da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), prevê que o país produzirá uma safra recorde de 268,3 milhões de toneladas de grãos em 2020/21, alta de 4,4% na comparação anual.

  • Um estudo da Omni Chat, startup líder no segmento de chat-commerce no Brasil aponta que cerca de 10 milhões de atendimentos via chat foram realizados no país em 2020, totalizando mais de 330 milhões de mensagens trocadas entre vendedores e consumidores. Apesar de a maioria dos atendimentos concentrarem-se na região sudeste, com 52,95%, o estudo mostra que a procura dos consumidores por compras nesse formato quase dobrou na região nordeste no ano passado em comparação aos anos anteriores.
    Entre os entrevistados que efetuaram alguma compra nesse formato, cerca de 60% assumiram que passará a utilizar esse meio em suas próximas aquisições e 68% acreditam que a troca de mensagens melhora a experiência ao comprar algum produto.
  • O estudo do Cemec-Fipe (Centro de Estudos de Mercado de Capitais da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) aponta que a pandemia incentivou famílias e empresas a pouparem R$ 756 bilhões em 2020. Esse montante equivale a 15% do Produto Interno Bruto (PIB) do ano. As empresas pouparam R$ 491 bilhões e as famílias R$ 265,3 bilhões. Os maiores depósitos realizados pelas famílias foram depósito a prazo, como, por exemplo, o CDB (R$ 133,9 bilhões); depósitos em poupança (R$ 120,7 bilhões) e ações R$ 56,4 bilhões. Segundo o estudo, a maior parte do valor investido pertence a famílias de classe média e classe média alta. Por tomarem essas ações por precaução, não devem usar o recurso para o consumo de forma imediata.
    Já no caso das empresas, a maior parte do valor de R$ 491 bilhões veio para reforçar o caixa e o desinvestimento em estoque. E boa parte deve ser destinada para os vencimentos de débitos.

Agenda

Apuração em Março, Abril e Maio – Simples Nacional: prorrogado prazo para pagamento dos Tributos Federais, Estaduais e Municipais.

  • o período de apuração março de 2021, com vencimento original em 20 de abril de 2021, poderá ser pago em duas quotas iguais, com vencimento em 20 de julho de 2021 e 20 de agosto de 2021;
  • o período de apuração abril de 2021, com vencimento original em 20 de maio de 2021, poderá ser pago em duas quotas iguais, com vencimento em 20 de setembro de 2021 e 20 de outubro de 2021;
  • o período de apuração maio de 2021, com vencimento original em 21 de junho de 2021, poderá ser pago em duas quotas iguais, com vencimento em 22 de novembro de 2021 e 20 de dezembro de 2021;

Informações: https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/noticias/2021/marco/prorrogado-prazo-para-pagamento-dos-tributos-federais-estaduais-e-municipais-no-ambito-do-simples-nacional

 

30 de Abril – Prazo de entrega da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) pelos aplicativos GDRAIS e GDRAIS GENÉRICO.
Informações: www.rais.gov.br

Entrevista

Esta coluna é destinada a entrevistas com especialistas, gestores, executivos e empresários de destaque.

Segue a entrevista de Israel Christof.

PME NEWS – A Crise é de fato uma ameaça ou podemos identificar oportunidades?

Israel Christof – Os desafios são propostos todos os dias aos empreendedores de qualquer porte e a postura de ação, ou melhor, reação precisa ser no tempo certo e na dose certa. Então, é fato que sempre temos de enxergar as oportunidades que a crise proporciona.

Reconhecer as nossas forças, fraquezas, tendências, nossos riscos e aí “partir pra cima” com um plano de ação realista é o que resolve, mas claro é muitíssimo relevante adotar indicadores, referenciais e acompanhar a eficácia das ações, além de “olhar para o lado”, pois melhores práticas já em curso podem e devem ser referenciais. Nessa hora o ego fica de fora e ajustes finos são remédios poderosos e com efeito imediato.

Precisamos enxergar as oportunidades que a crise proporciona, elas serão cíclicas e por isto temos de nos preparar para tal.

PME NEWS – As empresas que estão se destacando em plena pandemia, além da cultura organizacional, o papel do líder é fundamental neste processo. Qual o perfil de líder que apresenta o melhor desempenho: generalista ou o especialista?

Israel Christof – Esta pergunta é quase um mantra recorrente desde os anos 70-80, quando processos começaram a ser mais valorizados ou ter seu peso  mais preponderante dentro do processo produtivo.

Vejo por exemplo que na minha época de faculdade, a engenharia de produção era algo complementar e não uma carreira em específico, ou seja, conceitos e valores mudaram.

Evoluindo nesta direção, acredito que o perfil generalista terá um papel significativo no mundo, por propiciar uma visão mais abrangente e holística do mercado e suas demandas, mas é claro, não adianta ficar na superficialidade, pois quem tem ou desenvolve este perfil deve ter pelo menos uma atividade específica mais aguçada, além de foco para gestão e especialmente saber se relacionar com as pessoas.

O generalista deve inspirar times, clarear propósitos, induzir processos de transformação com clareza de objetivo (tangível e intangível) e valorização de quem o cerca.

Excelente exemplo do exposto acima é Roberto Fulcherberg, CEO da Via Varejo que transformou uma empresa com indicadores ruins numa potência do varejo (novamente), durante os duros tempos pandêmicos e se define como um generalista que inspira times e coloca todos para “enxergarem o mesmo alvo”.

PME NEWS – Qual o impacto da crise nos setores da economia?

Israel Christof – Certamente nesses tempos de transformação digital,  as empresas que atuam com tecnologia, seja no negócio meio ou fim, tem “uma mola de propulsão maior”. O Rolo compressor da inovação não para, a tecnologia de hoje gera a de amanhã, num processo cada vez mais energético.

Mas não imaginemos que seja fácil para essas empresas, que necessitam acompanhar esta onda avassaladora de inovação e, para isto, novamente mencionamos o Hulk generalista e seu time técnico, que com a agilidade necessária e just in time (esse termo é antigo, mas é novo … rsrs), fazem a roda girar de maneira certeira.

Não obstante segmentos notoriamente não tecnológicos também foram muito alavancados nos últimos tempos como: alimentação (delivery), saúde, cuidados pessoais, pet, ou seja, nichos em que a atenção é mais personalizada e individualizada.

O segmento varejo também não será o mesmo, o canal e-commerce, especialmente através do mobile, atraiu e consolidou usuários que nunca tinham concretizado uma compra digital ou até mesmo tinham aversão.

Para materializar o que mencionamos acima, por ver marcas que notoriamente enxergaram as oportunidades da crise e usaram tecnologia aliada a novos hábitos para conseguir excelentes resultados no 2º semestre de 2020, como o Grupo Reserva, C&A, Via Varejo, Burger King, ou seja, vários segmentos beneficiaram-se da Robotização, das novas ferramentas de experimentação, dos aplicativos de proximidade, etc que, com certeza, são fundamentais agora e depois para a decolagem no pós-pandemia  (fique de olho, estas tendências não são passageiras).

No segmento de serviços foi uma luva de boxe vindo no sentido contrário, uma vez que a medidas sanitárias obrigaram a desativação temporária de diversos serviços, mas vejo que a capacidade de gestão suplantou tudo isto e diversos caminhos alternativos foram tomados, por exemplo: Vimos empresas de eventos migrando para o virtual, arquitetos e decoradores “usando e abusando” da tecnologia remota para realizar e implantar seus projetos decorativos remotos.

Mas temos também segmentos que, a princípio, começaram a surfar uma onda bacana de evolução e valorização financeira; refiro-me ao mercado imobiliário. Mas, será que a evolução é concreta e o home-office veio para ficar e daí a necessidade de espaços mais organizados e alinhados com a dinâmica família-trabalho? Nesse mesmo sentido, qual será a representatividade e atratividade dos shopping centers no pós-pandemia? O mercado de proximidade, ou seja, de bairro, por exemplo, será consolidado como canal preferencial, em detrimento de hipermercados, hiper lojas e hiper marcas?

PME NEWS – A inovação e tecnologia andam juntas. Os métodos ágeis têm sido um diferencial não apenas com as startups, como também, nas grandes empresas. Como eles podem contribuir para se enxergarem oportunidades diante deste cenário? 

Israel Christof – A Agilidade como metodologia e como prática central não foi adotada por modismo ou inovação efêmera e sim porque as empresas, os negócios e o mundo necessitam de entregas mais rápidas, de qualidade e que acompanhem a velocidade com que as informações e o mundo se transformam.

Este é um tema que deve ser adquirido por todos, e aí me refiro ao empresário, ao intraempreendedor e grandes corporações, aliás estas estão utilizando o impulsionamento que uma startup propicia (que já tem a agilidade na veia), para alavancar seus negócios (recentemente a Locaweb adquiriu várias para alavancar seu nicho de marketplace, logística e meios de pagamento).

Outro fator que materializa a agilidade é a maneira como foi adotada pelos vários departamentos da empresa, ou seja, uma simbiose de necessidades corporativas, focadas em enquadrar a empresa em moldes que podem gerar entregas num espaço de tempo menor do que praticavam anteriormente.

Também temos de analisar a questão comportamental, pois a agilidade já está nos corações e mentes dos jovens que estão acessando e desenvolvendo o mercado de trabalho, sendo que neste aspecto precisamos analisar suas habilidades sempre em ritmo ultra rápido, seja como profissionais e como consumidores.

Pessoas, inovação, tecnologia e estar antenado com aquilo que o mundo a nossa volta nos solicita é fundamental.

PME NEWS – Que dicas você dá às pequenas empresas para se destacarem diante deste cenário?

Israel Christof – Já mencionamos diversos caminhos, possibilidades, dificuldades e fortalezas, mas a principal dica é: “não deixe que a dúvida e a dificuldade te paralisem ou diminuam”. O problema é uma oportunidade, a crise então é uma grande oportunidade.  Tecnologias e comportamentos que demorariam alguns anos para serem adotados pelo mercado já são uma realidade e com certeza vieram para ficar ou serão potencializados cada vez mais (por exemplo temos hoje o Live Commerce, o conceito omnichanel sendo substituído pelo unified commerce, espelhos e vitrines virtuais, programas de fidelidade com todas as facilidades e comodidades de acesso, Geolocalização adaptada à persona que consome o produto e/ ou serviço, etc).

Mas existem setores e situações que, como comentamos acima, são incógnitas, os quais respeitamos e nos colocamos do lado, para apoiar, ajudar a visualizar e implementar alternativas de contorno.

PME NEWS – O que vem pela frente, ou seja, o que podemos esperar do pós-pandemia?

Israel Christof – O que vem pela frente com certeza é uma realidade recheada de tecnologia, de grandes massas de informação, grande capacidade de adquirir conhecimento, utilizando-o bem e, principalmente, relacionar-se, olhar o parceiro como um aliado.

As pessoas estão no centro, a tecnologia é extremamente relevante, mas ter a sensibilidade negocial do ponto de vista humano é preponderante, para estar alinhado com o momento atual e ao mesmo tempo visualizando as evoluções temporais.

Os hábitos de consumo não vão mudar, eles já mudaram e se fizermos um flashback para início dos anos 2000 já visualizávamos uma sociedade cada vez mais integrada, com nível de obsolescência de conhecimento rápido e automatização exponencial.

O ideal é bater tudo isto no liquidificador, fé em D´us  e teremos um cenário próximo do possível.

O que vem à frente é inevitável, então devemos honrar a oportunidade que D´us está nos propondo e potencializar todas as habilidades e ferramentas que tivermos.

Pense Nisso

“Pessoas, inovação, tecnologia e estar antenado com aquilo que o mundo a nossa volta nos solicita é fundamental”.

Israel Christof

Receba o PME NEWS

Ao enviar o e-mail, você declara estar de acordo com as Políticas de Privacidade e de Cookies publicadas no site.



    PATROCINADOR

    Ao clicar em “Aceitar cookies”, você concorda com o armazenamento de cookies no seu dispositivo para melhorar a navegação no site, analisar o uso do site e nos ajudar na melhoria da qualidade dos nossos serviços Leia nossa política de privacidade e política de cookies