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REALIZAÇÃO: Bit Partner | DIREÇÃO: Sidney Cohen

Empreendedorismo Social

Como é viver em um país onde não há moradores de rua, infraestrutura impecável, saneamento básico com água encanada, coleta de lixo e energia elétrica para todos, índice ZERO de analfabetismo e um excelente sistema de saúde? Parece utópico? Sim, principalmente quando se vive em países, como o Brasil, onde o aumento ao consumo é usado como indicador para se mensurar o desenvolvimento das classes sociais.

Porém, essa situação pode ser analisada como um mar de oportunidades para grandes negócios e, principalmente, para melhorar a vida das pessoas, em especial as de baixa renda.

Em entrevista ao PME NEWS, o professor do IBMEC, Jorge Bezerra Lopes Chaves, esclarece as dúvidas dos leitores e destaca a fase de amadurecimento do empreendedorismo brasileiro e os desafios em busca de investidores para atender as questões sociais.

Bastidores

  • Zatix lança tecnologia para controle de jornada do motorista e frota.
  • A aceleradora Viking Network organiza viagem de negócios em Outubro para o vale do silício nos EUA, com visita ao Google, Facebook, Yahoo, Apple e startups de destaque. 

Novos Desafios

  • Thiago Das Chagas Compan assume a direção geral da RezCom Eco.
  • Rogério Sales ingressa na R.Sales, Marques & Faria Advogados como sócio-administrador.
  • Aline Leitão é a nova coordenadora de Marketing do IDCE.

Dados Impressionantes

  • As micro, pequenas empresas e Empreendedores Individuais(EI), representam 97,7% do varejo alimentar brasileiro.
  • A HONDA vai investir R$ 1 bilhão em fábrica em Itirapina, pequena cidade do interior de São Paulo.
  • Raizen, joint venture entre a Cosan e a Shell, adquiriu 10% de participacao acionaria na STP – Serviços e Tecnologia de Pagamentos, responsáveis pelos sistemas de cobranca eletônica Sem Parar e Via Fácil. O negócio deve alcançar a cifra de R$ 250 milhões.

Agenda

  • 10 e 11 de Setembro – Florianópolis – SC
    FTN – Fórum de Turismo de Negócios
    Informações: http://www.ftnonline.com/
  • 11 e 12 de Setembro – São Paulo – SP
    Conferência Internacional de Flexografia
    Informações: http://www.conferenciaflexo.com.br/
  • 19 a 21 de Setembro – Toledo – PR
    FEMAI – Feira de Máquinas, Automação e Indústria
    Informações: http://www.femai.com.br/

Entrevista

Essa coluna é destinada a entrevistas com especialistas, gestores, executivos e empresários de destaque. 

Segue abaixo a entrevista de Jorge Bezerra Lopes Chaves, professor do IBMEC.

PME NEWS – Quais as principais diferenças entre o empreendedorismo empresarial e empreendedorismo social?

Jorge Bezerra Lopes Chaves – Os dois tipos de empreendedorismo têm muito em comum, pois suas ferramentas gerenciais são semelhantes. O empreendedorismo empresarial busca resultados para atender o retorno do investimento empregado (taxa ROI), caso contrário, o projeto começa a receber menos incentivos ou é encerrado. Sua prioridade é atender por completo as necessidades de seus clientes e ampliar a potencialidade de seus negócios.

Já o empreendedorismo social tem, como prioridade, melhorar os processos de  transformação social e nem sempre possuem indicadores mensuráveis e, por isso, precisam ser mais persistentes e criativos.

PME NEWS – O conceito de Empreendedorismo Social é semelhante ao de Negócio Social, defendido por Muhammad Yunus, ganhador do Prêmio Nobel da Paz? Se não, quais as semelhanças e diferenças?

Jorge Bezerra Lopes Chaves  São semelhantes. No empreendedorismo social, um agente identifica problemas sociais e busca alternativa e soluções, através de pessoas (físicas/jurídicas) e as implementa. O Negócio Social, desenvolvido por Muhammad Yunus, criador do Grameen Bank, em Bangladesh, visa à sustentabilidade de pequenos negócios, através de “microcréditos”, em que o “cliente” teria obrigações de repor o valor emprestado, em prazos e parcelas negociados entre as partes, como fruto do desenvolvimento de suas competências e habilidades. Repare que Yunus, mesmo vivendo num país pobre e com poucas perspectivas de desenvolvimento social, não adota o assistencialismo como meio para que uma família saia da miséria. Ele apela para o esforço individual da pessoa em não estar convencida e acomodada com aquela situação de extrema pobreza.

PME NEWS – As leis tributárias e fiscais são aplicadas de forma diferenciada para estimular o Empreendedorismo Social?

Jorge Bezerra Lopes Chaves – O incentivo às práticas sociais no Brasil está vinculado à Lei Federal  Nº 9.249/1995, que possibilita  as empresas tributadas  pelo regime de Lucro Real a  doação de 2% (dois por cento) de seu  lucro  operacional  bruto  anual  para entidades  que  prestem  serviços no  campo da Ação Social.

PME NEWS – É notório que, em alguns países, o empreendedorismo social já está consolidado e que, no Brasil, ainda está engatinhando. Em sua opinião, quais as perspectivas para o setor no Brasil?

Jorge Bezerra Lopes Chaves – O cenário para as questões sociais é de crescimento, justificado pela grande demanda que a todo instante surgem à nossa frente, portanto as perspectivas são as melhores possíveis. Quanto ao fator empreender, o Brasil está amadurecendo, estimulado principalmente pelo apoio de aceleradoras junto às “startups”. Porém, para captar investidores com causas sociais, requer um esforço maior em demonstrar conhecimento e capacidade em executar o projeto e, acima de tudo, mostrar que é um bom negócio. E para isso, antes mesmo de se apresentar um bom plano ou modelo de negócios é importantíssimo saber fazer o “pitch”, ou seja, saber definir bem a forma de se vender a ideia ou projeto ao investidor. Estudos apontam que um “pitch” mal feito configura, já no primeiro ano, como um dos principais erros cometidos pelas “startups” em alavancar o negócio, dificultando ainda mais a sua continuidade. Além de contribuir para aumentar o ceticismo por parte dos investidores

PME NEWS – Qual a diferença entre o primeiro setor, segundo setor, setor 2,5 e o terceiro setor?

Jorge Bezerra Lopes Chaves

O primeiro setor é representado pelo setor público, ou seja, prefeituras, governos estaduais e presidência da república. E aplica o dinheiro público para atender a necessidade da sociedade.

O segundo setor é representado pelo setor privado, ou seja, empresas com fins lucrativos. E aplica o dinheiro captado de seus clientes para atender as suas necessidades.

O terceiro setor é representado pelo setor privado, sem fins lucrativos, como por exemplo: Organizações Não Governamentais (ONGs), entidades filantrópicas, institutos e fundações. E tem como objetivo atender causas sociais. O dinheiro provém na maioria das vezes de doações e repasse do governo.

Já o setor 2,5 é representado por organizações com fins lucrativos, e tem como objetivo,  gerar impacto socioambiental  (como no Terceiro Setor). O lucro é parcial ou totalmente reinvestido no próprio negócio.

Pense Nisso

“Não existe nada mais poderoso que uma ideia na mão de um empreendedor social inovador”.

Bill Drayton

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