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REALIZAÇÃO: Bit Partner | DIREÇÃO: Sidney Cohen

Empregabilidade

A Pesquisa dos Profissionais Brasileiros, realizada pela Catho recentemente, aponta que aumentou de 75,9% para 79,2%, de 2014 para 2015, o número de pessoas que aceitariam uma vaga de emprego no exterior. Outro dado importante, divulgado pelo Ministério do Trabalho, em janeiro, que contribui diretamente nos dados apontados pela Catho, revela que o Brasil perdeu 1,5 milhões de empregos formais em 2015, o pior resultado de toda história do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O aumento do desemprego é o primeiro reflexo dos efeitos da crise político-econômica. O tema preocupa bastante, e temos o privilégio de contar com a participação de Mônica Barg, especialista no assunto, que analisa o cenário atual e orienta tanto o empresário como o empregado com ações importantes para manter o emprego neste momento tão delicado que atravessa o país. Confira a entrevista no final dessa edição, ou clique aqui.

Bastidores

  • Exemplo de esforço para garantir o emprego de 1.800 colaboradores do centro de distribuição de Cabreúva, a Avon, aumentou a jornada de 40 para 44 horas semanais, reduzindo o trabalho de 6 para 5 dias, com folga aos sábados. Resultado: produtividade aumentou 10%, não cortaram os benefícios e ainda acrescentaram a cesta básica. E o melhor, não demitiu ninguém.
  • Microempreendedores individuais superam número de empresas abertas no país. Até Janeiro, os pequenos negócios totalizaram 10.497.263, sendo 54,5% MEIs (Microempreendedores Individuais) e 45,5% MPEs (Micro e Pequenas Empresas).
  • O Documento de Arrecadação Simplificada (DAS) teve reajuste e passa ao valor fixo mensal de R$ 45,00 (Comércio ou Indústria) e R$ 49,00 (Prestação de Serviços).

Novos Desafios

  • Erik Maia assume a Gerência Financeira do Grupo JC HOME.
  • Giselle Lopes é a nova Gerente de Recursos Humanos da Furgo Camping. 

Dados Impressionantes

  • Brasil perdeu 1,5 milhões de empregos formais em 2015.
  • Os setores que tiveram o maior corte de vagas em 2015 foram o da indústria com 608 mil vagas, seguido da construção civil com 416 mil.

Agenda

  • 18 de Março – Prazo de entrega da declaração da RAIS, ano-base 2015.
    Informações: http://www.rais.gov.br

  • 22 e 23 de Março – São Paulo
    95ª. FA – Feira de Joias Folheadas, Prata, Aço, Bijuterias e Acessórios de Moda
    Informações: http://www.fasaopaulo.com.br/

Entrevista

Esta coluna é destinada a entrevistas com especialistas, gestores, executivos e empresários de destaque.

Segue abaixo a entrevista de Monica Barg.

PME NEWS – Quais as áreas mais afetadas com a recessão e quais as mais beneficiadas?

Monica Barg – As áreas de negócios de vários segmentos foram afetadas, podemos destacar os segmentos de Óleo e Gás, Construção Civil e Automobilística. O primeiro por motivos óbvios que atingiram toda a cadeia petrolífera; a construção e a indústria automobilística que cresceram com a ascensão da classe C vêm sofrendo muito com o desemprego em crescimento. Não sei se podemos falar em áreas beneficiadas, uma vez que a crise é grave, porém escritórios de advocacia, empresas de auditoria e de governança estão neste momento com muito trabalho. Cabe ressaltar que consultores independentes que imprimem qualidade ao serviço sem um vínculo longo também têm boas oportunidades. 

PME NEWS – Como se manter empregável no mercado competitivo e turbulento?

Monica Barg – A empregabilidade passa por várias questões: manter-se em contínuo desenvolvimento, tanto adquirindo novas habilidades técnicas quanto se adaptando aos comportamentos, como relacionamentos e presença nas redes sociais. Manter um network ativo é muito importante tanto dentro quanto fora da empresa. Hoje existem várias maneiras de se manter atualizado com cursos gratuitos on-line, busca de informação e literatura na internet, enfim há alternativas ao alcance de todos. É importante também pensar nas suas habilidades para construção de um plano B, isto é, se eu não estivesse neste trabalho, onde estaria é uma boa maneira de refletir.

PME NEWS – Quais diferenciais competitivos que os profissionais devem ter para se destacarem?

Monica Barg – Competências técnicas na sua área que não sejam óbvias, ou seja, ser muito bom no que faz, saber técnicas específicas, é um dos caminhos. Outro caminho é ter capacidade de aprendizagem rápida e flexibilidade de adaptação a outras tarefas. Aquilo que você nunca fez pode ser um bom momento de aprender, se você não é tão bom em informática, aprenda com seu filho, afilhado ou sobrinho, pois isso pode fazer a diferença, acredite! Outro ponto é trabalhar temas de comportamento como liderança, resiliência e comunicação. Hoje trabalhamos sempre em equipe e é preciso ter isto em mente. Se você é centralizador, acha que já sabe tudo, não sabe ouvir, esse posicionamento pode atrapalhar sua carreira. Assim, profissionais com perfil mais positivo, paciente e resiliente serão diferenciados.

PME NEWS – Quais as principais medidas tomadas pelas empresas, em especial, as de pequeno porte, para reter os talentos?

Monica Barg – A retenção de talentos hoje é um conjunto de ações: benefícios, desenvolvimento, perspectiva, salário, tudo faz parte deste contexto. Em empresas de menor porte pode-se ter uma gestão flexível, administração de pessoas de forma mais personalizada, exercitar mais uma diversidade de atividades que propiciem maior aprendizado e ampliação da experiência do colaborador. Home–office também pode ser um diferencial.

Na empresa de menor porte vale o “eu confio em você” para os dois lados, pois muitos colaboradores preferem investir nesta relação mais próxima a estar na falta de identidade de uma grande corporação. Essa mensagem deve ser clara para reter os talentos e possibilitar que situações de gestão possam ser analisadas mais caso a caso do que através de políticas genéricas de RH.

PME NEWS – Qual a expectativa, para o mercado de trabalho em 2016?

Monica Barg – A economia continuará em retração como já se sabe, espera-se que o cenário político estabilize-se e a expectativa para 2016 é trabalhar, ou seja, o ano de 2015 ficou em alerta com vários sinais controversos e 2016 tende a retomar um ambiente de renovação mesmo dentro da crise.

Aqui no Brasil precisamos que a legislação trabalhista adapte-se a esta nova realidade não só da crise, mas da própria economia. Um exemplo é a economia compartilhada, pois há uma série de novas empresas que criaram aplicativos e plataformas que permitem negócios diversos baseados em serviços do dia a dia. É um novo mercado que deve gerar muita oportunidade em tempos de crise.

PME NEWS – O que o colaborador pode esperar do mercado de trabalho?

Monica Barg – A empresa como gestora da sua carreira já não existe mais, estamos diante de uma nova revolução que é o desaparecimento do emprego formal com flexibilidades de horário, trabalho no mundo todo e de forma conectada.

Teremos um movimento com as contratações por prestação de serviço, temporários, redução de jornadas devem ser um efeito imediato.

Para o colaborador, o plano B volta à ativa, ou seja, está empregado como assistente e vende cosméticos, é contador e faz imposto de renda para pessoa física. Essas combinações vão acomodar o mercado até a retomada da economia. 

Pense Nisso

“Cuidar da Empregabilidade é como cuidar da saúde tanto para o colaborador quanto para a corporação, o retorno é saudável”.

Monica Barg

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