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Mercado Single

A palavra Single está associada à pessoa solteira. Mas, no mercado dos negócios, o consumidor single tem o perfil de uma pessoa que mora sozinha, seja ela solteira, viúva, divorciada e, acredite, até casada.

O mercado está superaquecido e não é para menos, pois mais de 8 milhões de brasileiros (equivalente à população da Suíça) moram sozinhos e movimentam quase R$ 104 bilhões por ano. Os dados são do Instituto de pesquisa Locomotiva, e seu fundador, Renato Meirelles, é o entrevistado dessa edição do PME NEWS. Ele aponta as principais razões que transformaram o mercado single em um grande modelo de negócio e também adverte para o cuidado que esse perfil deve ter, por ser mais vulnerável ao endividamento.

Bastidores

  • De acordo com levantamento realizado pela Brazilian Education & Travel Association (Belta), no ano passado, 62,832 estudantes brasileiros ingressaram em uma instituição de ensino superior no exterior, uma alta de 50% se comparado a 2015, com 41.800 estudantes. O aumento pela procura, segundo especialistas, deve-se ao fato dos estudantes buscarem uma formação profissional mais ampla, para atender o mercado de trabalho globalizado.
  • Segundo os dados do Sindicato Intermunicipal de Lavanderias no Estado de São Paulo (Sindilav), há no país 8,5 mil lavanderias, sendo 6,5 mil voltadas para o segmento doméstico e duas mil voltadas a indústrias e empresas. O faturamento para o setor é de R$ 6 bilhões anuais. O mercado está em crescimento e a  concorrência para quem quer investir é baixa, se levar em consideração o tamanho do país e a população. Um dos fatores que contribuem para esse desempenho, além da crise hídrica, é o percentual de pessoas que moram sozinhas.
  • As exportações brasileiras de suco de laranja congelado e concentrado somaram 894.669 toneladas no acumulado da safra 2016/2017, uma redução de 17% ante o volume da temporada 2015/2016, de acordo com os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) foi o pior desempenho em mais de 25 anos. Apesar disso, o Brasil continua líder na exportação do produto. A expectativa é de recuperação para o próximo ano.
  • O mercado de franquias voltadas para a área de educação está em expansão no Brasil. Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF) o setor movimentou R$ 5 bilhões no primeiro semestre de 2017, um aumento de 5% comparado a 2016. A crise e o aumento da competitividade no mercado de trabalho contribuíram para esse crescimento segundo a entidade.

Novos Desafios

  • Geovana Bárbara Trevisan é a nova Gerente Comercial da Trevisan Consulting.
  • João Paulo Costa de Sá ingressa na Suzi Percego como Promotor de Eventos,

Dados Impressionantes

  • A produção brasileira de ovos, em 2016, alcança a marca de 39,2 bilhões de unidades. Já em 2015 a produção foi de 39,5 bilhões, segundo estudo realizado pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Um dos motivos, para o pequeno retrocesso, deve-se à capacidade do setor em trabalhar com alimento nobre, saudável e com preços bem acessíveis ao mercado interno. Porém, a produção de ovos vem registrando bons índices de crescimento nos últimos anos. Na década anterior (2001-2010) o volume de ovos evoluiu 3,4% ao ano, enquanto no decorrer desta década a expansão anual tem sido de 4,3%. 
  • Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o Brasil perde R$ 120 bilhões por ano por não reciclar lixo. O país gera quase 80 milhões de toneladas de rejeitos anualmente e só reaproveita 3% do total. Já a Alemanha recicla mais de 50% do seu lixo desde 2010.
  • Segundo o Censo Coworking Brasil 2017, o Brasil possui 810 espaços compartilhados, São Paulo lidera o ranking com 336 unidades e o Rio de Janeiro vem em segundo com 78. Respectivamente representam 41% e 9% do mercado. Esses locais ocupam 313 mil metros quadrados, com 56 mil estações de trabalho e geram 3,5 mil empregos diretos e indiretos. O estudo aponta ainda que mais de 200 mil pessoas circularam em um ambiente coworking que movimentou, em 2016, R$ 82 milhões.

Agenda

  • 6 e 7 de Outubro – Florianópolis – SC
    FTN – Fórum de Turismo de Negócios
    http://www.ftnonline.com/
  • 12 a 14 de Outubro – Goiânia – GO
    20º. Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros
    http://www2.fenacor.org.br/congresso/20/

Entrevista

Esta coluna é destinada a entrevistas com especialistas, gestores, executivos e empresários de destaque.

Segue abaixo a entrevista de Renato Meirelles, CEO do Instituto de Pesquisa Locomotiva.

PME NEWS – Quais as principais razões que transformaram o mercado single em um grande modelo de negócio?

Renato Meirelles – Atualmente, mais de 8 milhões de brasileiros moram sozinhos e movimentam quase R$ 104 bilhões, por ano. Pode parecer ainda uma minoria, mas a massa de renda dos brasileiros que moram sozinhos não é nada desprezível, uma vez que eles compõem renda mais alta do que o PIB de muitos países. A quantidade de brasileiros que moram só é o equivalente à população de países como Suíça ou Áustria.

PME NEWS – Qual o perfil do público que mora sozinho e que movimenta tanto dinheiro?

Renato Meirelles – Temos muitos jovens que moram sozinhos e que foram buscar independência e liberdade. Antigamente, as pessoas saíam da casa dos pais quando iam se casar. Hoje, não. Aliás, já faz alguns anos que esse comportamento existe. Temos também muitos divorciados, idosos e viúvos neste grupo. Fizemos recentemente uma pesquisa que traça o perfil do brasileiro que mora sozinho e descobrimos que 7% das pessoas optaram por morar só, mesmo casadas. Se por um lado temos idosos, pessoas divorciadas ou viúvas, por outro lado temos brasileiros que, apesar de buscarem independência e liberdade, casam-se ou passam a morar com outra pessoa cada vez mais tarde.

PME NEWS – Quais setores do mercado que mais atraem esse perfil de consumidor? Que fatores contribuem para isso?

Renato Meirelles – O segmento de produtos e serviços voltados ao mercado single é extremamente atrativo e precisa trazer comodidade a esse público. Cada vez mais a indústria alimentícia, por exemplo, oferece pacotes individuais de comida congelada, verduras, frutas separadas em porções menores e produtos pré-prontos.

Além da indústria alimentícia, outros setores da economia precisaram adaptar-se para essa tendência que só apresenta crescimento no decorrer dos últimos anos. O mercado imobiliário, por exemplo, aposta fortemente nos consumidores que moram sozinhos. Não é à toa que as grandes incorporadoras estão investindo em imóveis menores e compactos e apostando em diferenciais que podem ir desde um condomínio-clube até serviços para os pets e delivery de serviços. 

PME NEWS – Especialistas apontam que, apesar de o mercado estar aquecido para as pessoas que moram sozinhas, o endividamento é maior para esse perfil. Quais são as principais causas para esse fato?

Renato Meirelles – Pesquisas mostram que as pessoas que moram sozinhas extrapolam mais facilmente o orçamento e têm muito mais dificuldade para controlar os gastos. Isso acontece porque são poucas pessoas que fazem planejamento financeiro para controlar efetivamente as despesas e gastam sem fazer qualquer tipo de reserva para imprevistos.

PME NEWS – Qual mensagem que você daria ao pequeno empresário que está abrindo um negócio para atender o segmento single?

Renato Meirelles – As oportunidades existem e o segmento single tem muito espaço para ser explorado. Os empresários precisam desenvolver produtos e serviços que atendam as necessidades desse público, que busca praticidade e autonomia, e oferecer soluções práticas para o dia a dia. 

Pense Nisso

“Pode parecer ainda uma minoria, mas a massa de renda dos brasileiros que moram sozinhos não é nada desprezível, uma vez que eles compõem renda mais alta do que o PIB de muitos países”.

Renato Meirelles

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