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O Mercado de Seguros e o ESG

O mercado de seguros vem crescendo nos últimos anos, por iniciativas baseadas nas práticas em governança ambiental, social e corporativa (ESG), de forma a influenciar estrategicamente o modelo de negócios do setor.

Na edição deste mês, entrevistamos a especialista em seguros Ivane Marchioro, que explora os detalhes sobre o tema. Confira!

Bastidores

  • O Índice de Confiança para Investimento Direto Estrangeiro, divulgado pela consultoria internacional Kearney, aponta o Brasil como o sétimo destino mais procurado pelos estrangeiros que querem investir em países emergentes. A China lidera o ranking, seguido da Índia, Emirados Árabes Unidos, Catar, Tailândia e Arábia Saudita. O estudo avaliou o desempenho de 25 nações.
    O índice tem como base uma pesquisa realizada em cerca de 30 países, com executivos de empresas de diversos setores da economia global. As empresas devem ter faturamento anual igual ou superior a US$ 500 milhões. Entre os emergentes, o Brasil é o país com o melhor desempenho comparado aos demais da América Latina, como México (8.º), Argentina (9.º), Colômbia (18.º), Peru (19.º) e República Dominicana (20.º).
  • De acordo com o levantamento realizado pela consultoria IDC, as vendas de smartphones devem crescer 6% este ano. A preferência será pelos modelos mais simples. Os computadores, porém, deverão ter queda de 8% nas vendas. Os tablets devem registrar maior queda ainda, de 15%. Já os dispositivos “vestíveis” e impressoras devem crescer, respectivamente, 10,2% e 2,5%.
    Com a rotina voltando ao normal, a tendência, segundo o estudo, é das lojas físicas voltarem a ganhar espaço frente as vendas online.

Novos Desafios

  • Clodoaldo Nascimento, fundador do Grupo BDC, assume a presidência da Associação Brasileira de Franchising do Rio de Janeiro (ABF Rio).
  • Roberto Simioni é o novo economista-chefe da Blue3 Investimento.

Dados Impressionantes

  • Em 2022, o investimento em publicidade digital registrou um crescimento de 7% em relação ao ano anterior, movimentando R$ 32,4 bilhões, segundo a pesquisa Digital AdSpend realizado pela IAB Brasil.
    O estudo aponta que as agências foram responsáveis pela transação de 67% do investimento em publicidade digital no ano passado, enquanto 33% dos investimentos foram transacionados de forma direta.
    Os setores de comércio, serviços e financeiro representam mais da metade (54%) do investimento em publicidade digital. Porém, o setor de higiene e beleza foi o que mais aumentou investimentos em publicidade digital em 2022, um aumento de 85% comparado a 2021. E os setores de vestuário e eletrônicos foram os que concentraram a maior fatia de seus orçamentos de mídia em publicidade digital: mais de 70% do investimento total desses setores foram destinados a canais e formatos online.
  • Os Brasileiros são os que mais utilizam as mídias sociais em busca de um emprego, segundo estudo realizado pela consultoria Page Outsourcing, com 7.317 profissionais da América Latina. Os profissionais brasileiros lideram a pesquisa nesse quesito, com 72,2%, seguidos por Argentina (64,7%), Panamá (61,7%), Chile (59,8%), Colômbia (58,5%), México (54,7%) e Peru (52,9%). Para a maioria dos brasileiros entrevistados (61,2%) algumas ofertas de emprego aparecem somente nas redes sociais. Os chilenos (61,1%) também têm a mesma percepção. Outra vantagem para 63,7% dos brasileiros de recorrerem às mídias sociais deve-se ao fato de aumentarem a visibilidade com recrutadores e departamentos de atração de talentos. A maioria dos candidatos do Peru (53,6%) concorda com essas vantagens das redes sociais.

Agenda

1 a 4 de maio – Rio de Janeiro – RJ
Web Summit
Informações: https://rio.websummit.com/

 

Entrevista

Esta coluna é destinada a entrevistas com especialistas, gestores, executivos e empresários de destaque.

Segue a entrevista de Ivane Marchioro.

PME NEWS – Por que contratar um seguro?

Ivane Marchioro – Preciso explicar que o objetivo de qualquer seguro é proteger contra riscos que algo ou alguém corre. A importância do seguro para a sociedade é de resguardar pessoas e patrimônios, com a finalidade de evitar que enfrentem prejuízos financeiros, resultante de um evento, ou de construir reserva de valor para o futuro.

Ninguém contrata “seguros” para utilizar, mas como não temos controle sobre o que vai acontecer, se precisar, ele está ali, para proteger os momentos difíceis.

PME NEWS – Houve alguma mudança à percepção na contratação de seguros devido ao evento da pandemia?

Ivane Marchioro – A COVID 19 colaborou para o despertar sobre a nossa vulnerabilidade e falta de controle.

A Revista Apólice de agosto/2022  já destacava o aumento da demanda por seguros e especialmente o seguro de vida. “A situação desafiadora trazida pela pandemia influenciou e ainda vai influenciar muito a relação do consumidor com o seguro, especialmente o de vida.”

O portal segs.com.br, reportagem de janeiro de 2023, destaca o crescimento de 10% na contratação de seguros de vida, o que representa maior conscientização pelas pessoas sobre o assunto e as inovações do mercado de seguros por parte das empresas do setor.

PME NEWS – Qual a importância da compreensão sobre os riscos para as empresas, em especial, as PMEs?

Ivane Marchioro – Vamos entender melhor sobre “riscos”. O risco representa a “incerteza” do resultado futuro de nossas escolhas no presente. Não precisamos ir muito longe para compreender sobre as “incertezas”, a espécie humana enfrentou desafios para sobreviver e se desenvolver. Pense comigo! Foi a espécie que melhor gerenciou seus riscos e, principalmente, o risco da extinção, sendo capaz de reagir às ameaças e aprender com elas.

A análise dos riscos bem como a gestão dos riscos são de suma importância para as empresas de qualquer porte.

A análise dos riscos concentra-se na identificação e avaliação de eventos que podem provocar danos ou prejuízos, enquanto a gestão dos riscos refere-se ao conjunto de medidas adotadas para mitigar essas ameaças. O Instituto de Orientação e Desenvolvimento de Pequenas e Médias Empresas (IODE-PMEs) destacou, na revista Exame Negócios de 2023, o crescimento significativo das PMEs nesse ano, sendo 1,5%, com projeções de crescimento ainda maiores nos setores agropecuário, comércio e serviços.

Para alcançar o êxito, os pequenos e médios empresários devem adotar medidas eficazes de mitigação de ameaças e riscos. O seguro é uma maneira importante de proteger o negócio e prevenir perdas financeiras, portanto, é essencial considerar sua inclusão no planejamento.

Tipos de seguros que as empresas devem considerar:

  • Proteção patrimonial: seguro contra incêndio e contra acidentes de trabalho
  • Seguro de responsabilidade Civil: risco ao causar prejuízos a terceiros, seja por falha ou erro profissional na execução do trabalho. Essencial para a prestação direta de serviços ao consumidor.
  • Seguro de vida e plano de saúde: Um diferencial de uma empresa, demostra cuidado com seus colaboradores. Um excelente mecanismo para que sua empresa consiga atrair e reter talentos.
  • Seguro de Frota: Proteger o patrimônio da empresa e dos funcionários que usarem os veículos para trabalhar.
  • Proteção aos atos de gestão: O gestor da organização pode ser responsabilizado pelos danos causados devido a eventuais falhas de gestão, incluindo, mas não limitado a questões civis, regulatórias, trabalhistas, penais, concorrenciais, tributárias, etc. Para auxiliar na mitigação desses riscos, existe o Seguro D & O (Directors & Officers, na sigla em inglês).
  • Proteção contra Ameaças Cibernéticas: Não subestime os riscos virtuais que afetam organizações de todos os portes e segmentos. Ataques podem visar informações pessoais, financeiras, cadastros de clientes, identidade, endereço, entre outros. O Seguro de Riscos Cibernéticos fornece cobertura em caso de violação de dados, defendendo a empresa das multas estabelecidas pela Lei Geral de Proteção de Dados, a LGPD.

PME NEWS – Qual o papel dos seguros no Planejamento Financeiro?

Ivane Marchioro – A falta de conhecimento em educação financeira no Brasil contribui para que não tenhamos a cultura de contratar seguros. Existem dois motivos que levam as pessoas se endividarem: a falta de planejamento financeiro com controle de orçamento e os gastos não previstos que podem surgir.

Ai, fica claro que todos nós de alguma forma precisamos contatar os seguros para mitigar riscos e preservar a nossa saúde financeira. Então, ter consciência financeira pressupõe entender aos riscos expostos e que a contratação de seguros tem como objetivo suprir perdas financeiras.

Nos últimos anos presenciamos um crescimento na pauta sobre educação financeira, com muitos canais na internet incentivando as pessoas a lidarem de forma mais consciente com o dinheiro. Estamos saindo de um modelo onde a decisão de compra estava pautada sob três aspectos principais: estética, qualidade e preço. Com um único objetivo, auto satisfação.

Uma nova geração que prioriza o essencial, focados na experiência. A decisão de compra com consciência financeira passa obrigatoriamente pela pergunta: Quero ou preciso?

Esse processo de mudança vem sendo desenhado pela discussão ao longo dos anos sobre sustentabilidade ambiental, socioeconômica e governança. Decisões de compra sustentável também na escolha de onde aplicar seus proventos, optando por fundos de companhias que priorizam a agenda ESG (ambiente, social e governança).

Vamos compreender que a educação financeira e a sustentabilidade andam juntas. Passamos a nos preocupar com o impacto de nossas escolhas e, por este motivo, priorizar boas decisões.

PME NEWS – Como as práticas envolvendo o ESG podem contribuir para o setor de seguros e seus consumidores?

Ivane Marchioro – A agenda para 2030 da (ODS) Objetivo do Desenvolvimento Sustentável de 2015 que envolve governo, empresas e sociedade. Pacto global para proteger o meio ambiente, promover a prosperidade e igualdade social.

Destaco dois dos objetivos que irão clarificar nossa conversa que são: Educação de qualidade e Consumo de produtos responsáveis.

Os jovens de hoje serão os consumidores, empresários, ou seja, os protagonistas do futuro. Sejamos responsáveis hoje para gerar gerações melhores para o planeta. Conscientes de suas escolhas financeiras e de consumo responsável.

As empresas estão envolvidas na agenda ESG, com programas que visam a promover as mudanças no modelo de negócio que envolve: processo estratégico, gestão do futuro e impacto de valor.

A temática ESG assume uma relevância fundamental para o setor de seguros. A normativa 666/2022 da SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) tratando sobre os requisitos de sustentabilidade para sociedades seguradoras, entidade abertas de previdência complementar (EACP’s), sociedades de capitalização e resseguradoras locais, como forma de adequação aos critérios de ESG.

PME NEWS – Em que pontos relacionados ao ESG as empresas do setor de seguros já fizeram ações?

Ivane Marchioro – Destaco algumas ações em ESG, na agenda das maiores seguradoras do Brasil:

  • Incentivo ao cuidado com seu capital através da Educação Financeira,
  • Programas sobre saúde financeira/planejamento financeiro,
  • Uso consciente de seguros,
  • Fundos de investimentos em ações de empresas com práticas ESG,
  • Gestão de resíduos,

É importante compreender que as finanças estão intimamente ligadas ao futuro de todos nós. Educação financeira inicia com as crianças que serão adultos mais capacitados e empresários mais bem preparados para as adversidades dos negócios.

É por isso que é fundamental compreender quais são as melhores maneiras de gerenciar nossas finanças e preparar as próximas gerações para o futuro.

A educação financeira é uma poderosa ferramenta para obter o melhor resultado em longo prazo, desenvolvendo o ensino de habilidades financeiras fundamentais que devem ser ensinadas a todos.

É hora de agir e ver o futuro com otimismo, pois já está chegando! Portanto, comece hoje a garantir a prosperidade e a longevidade das próximas gerações, educando-se financeiramente.

Pense Nisso

“Para alcançar o êxito, os pequenos e médios empresários devem adotar medidas eficazes de mitigação de ameaças e riscos. O seguro é uma maneira importante de proteger o negócio e prevenir perdas financeiras, portanto, é essencial considerar sua inclusão no planejamento.
A educação financeira e a sustentabilidade andam juntas. Passamos a nos preocupar com o impacto de nossas escolhas, por esse motivo devemos priorizar boas decisões”.

Ivane Marchioro

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