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A importância do nosso idioma para o mercado de trabalho

Você sabia que o português é o idioma mais falado no hemisfério sul? No mundo, 280 milhões de pessoas falam o nosso idioma. E, além de ser um dos mais falados e escritos, é o quinto mais usado pelos internautas.

Mas como fica a comunicação corporativa com a influência do inglês? E mais do que isso, qual é a importância do português para o mercado de trabalho?

Confira a análise do consultor em Língua Portuguesa, revisor da Fundação Getúlio Vargas e professor de português, Jeferson Dantas, em entrevista exclusiva ao PME NEWS deste mês. Ele aponta também os efeitos dos termos usados pela internet e até mesmo os utilizados durante a pandemia.

Bastidores

  • O “Relatório de Emprego na Cadeia Produtiva da Saúde” divulgado em agosto pelo Instituto de Saúde Suplementar (IESS) aponta que o total de pessoas empregadas na saúde cresceu 2,2% em apenas três meses, alcançando a marca de 4,3 milhões de pessoas. Destes, 3,3 milhões atuam no setor privado, que representa 8,7% da força de trabalho do país. No acumulado do ano, a saúde privada teve saldo positivo de 75,7 mil empregos. Na distribuição por região, o Sudeste lidera com 2,1 milhões de pessoas empregadas, sendo 82% deles no setor privado. A região Nordeste vem em seguida com 819,6 mil empregados, sendo 67% do setor privado. A região Sul é a terceira maior empregadora, mas se destaca por apresentar o menor número de pessoas empregadas no setor público. Com 90,4 mil empregos, o que corresponde a 15% do emprego na cadeia da saúde na região.
  • O estudo global da Visa – “Back to Business, Holiday Edition”, aponta que 78% das pequenas e médias empresas brasileiras estão otimistas com as oportunidades de vendas de fim de ano e apenas 17% das pequenas empresas afirmam não estarem preparadas para enfrentar o fluxo de vendas neste período. Da ampla maioria que se preparou, 32% pretendem estender o seu horário comercial; 29% irão digitalizar partes de suas operações comerciais; 26% vão investir mais em sua infraestrutura física e 18% vão contratar mais pessoal para a operação. Do lado do consumidor, 54% concentrarão as compras no e-commerce e 58% vão apoiar o comércio de bairro.

Novos Desafios

  • Shelly Bronstein assume a função de Diretora de Programa de Parceria da Resultados Digitais.
  • Vladimir Ranevsky assume o cargo de CEO da SICES Solar.

Dados Impressionantes

  • Os Celulares pós-pagos superam os pré-pagos. O levantamento realizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) registrou o uso de 114,7 milhões de celulares pós-pagos, contra 113,5 milhões pré-pagos. O estudo sinaliza que o acesso pré-pago vem caindo desde junho de 2015 e um dos motivos está associado à melhor condição comercial, principalmente para pacotes de banda larga. Em setembro foram registrados 228,3 milhões de linhas móveis. O que representa 94,8 celulares para cada 100 habitantes. Desses, 200,6 milhões usam internet por banda larga. O celular também é destaque no cenário de distanciamento social. Segundo o PAINEL TIC COVID-19, que coleta informações sobre o uso da Internet durante a pandemia, revela que o celular é o dispositivo mais usado para ensino remoto e teletrabalho pelos usuários das classes DE (54%) seguido pelos usuários da classe C (43%) e AB (22%). Já o computador destaca-se nos usuários de classes AB (66%), seguidos pelos de classe C (30%) e DE (111%).
  • Uma pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Administração (FIA), com 150 mil funcionários de mais de 300 empresas em todo o país, revelou que a percepção dos profissionais brasileiros sobre seus chefes é positiva. Para 58%, seus gestores imediatos são inspiradores, democráticos ou educadores. Apenas 9% deram atributos negativos, considerando-os bloqueadores ou coercitivos. Embora haja pouca diferença entre os setores, os chefes da área de tecnologia e computação destacam-se positivamente: 68% deles receberam atributos positivos, assim distribuídos: 28% inspiradores, 26% democráticos e 14% educadores e apenas 2% foram considerados “coercitivos”.
  • Segundo levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Brasil ultrapassou a marca de 6 gigawatts (GW) de potência operacional da fonte solar fotovoltaica e já movimentou R$ 31 bilhões desde 2012 e gerou mais de 180 mil empregos. A instalação desse sistema de fonte traz uma economia significativa para o mercado, beneficiando várias áreas. O agronegócio é uma delas, com destaque para os pequenos empresários do setor, que podem ter a redução do custo com a energia em até 90%.

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Entrevista

Esta coluna é destinada a entrevistas com especialistas, gestores, executivos e empresários de destaque.

Segue a entrevista do professor Jeferson Dantas.

PME NEWS – Quais são as atenções dadas na sala de aula à língua portuguesa aos alunos de hoje visando torna-los bons profissionais do futuro?

Jeferson Dantas – A Língua Portuguesa é a língua materna do Brasil, logo, evidentemente, o trabalho a ser feito com ela deve ser bem elaborado. Trazer aos alunos as possíveis variedades linguísticas e tentar fazê-los entender o quão precioso é saber usá-las nos mais diversos contextos é imprescindível ao ensino. Deve-se atentar sempre para o ato comunicativo com clareza, com bom e diversificado vocabulário e obedecendo aos preceitos gramaticais estipulados para o uso da língua.

PME NEWS – Qual a importância do idioma português para o mercado de trabalho?

Jeferson Dantas – Como dito anteriormente, é fundamental que o jovem ao inserir-se no mercado de trabalho tenha um domínio eficaz e eficiente da língua. Ser claro e evitar redundância pouparão tempo, trabalho e contribuirão para a fluidez do trabalho. Além disso, qualquer ambiente de trabalho verá sempre com bons olhos aquele que utiliza a sua própria língua de uma maneira lúcida e obedecendo aos aspectos gramaticais estabelecidos para o seu uso.

PME NEWS – Qual o impacto das redes sociais na língua portuguesa?

Jeferson Dantas – Muitos consideram as redes sociais como terra sem lei, ou seja, escreve-se o que quiser e como quiser. Isso é lamentável, pois empobrece o seu pensamento e o próprio uso da língua. Não acredito que as pessoas escrevam mal devido ao acesso constante às redes sociais, ainda que ali seja um universo mais informal, na maioria das vezes. Aliás, acho até que as pessoas escrevem mais devido ao acesso a essas redes. No entanto, escrever mais não quer dizer escrever bem.

PME NEWS – Por que o emprego do idioma estrangeiro nas empresas para o aperfeiçoamento do nosso idioma entre os profissionais?

Jeferson Dantas – Na verdade, em empresas multinacionais o segundo idioma é condição “sine qua non” para conquistar uma vaga e garantir o emprego. Entretanto, muitos setores já perceberam o quanto as pessoas preparam-se para a língua estrangeira, mas ficam a desejar na sua língua nativa. Dessa forma, acaba havendo uma “pressão” (de grandes empresas) para que os candidatos a emprego e os já empregados valorizem o seu idioma pátrio a fim de melhorar a comunicação dentro do trabalho e causar uma boa impressão no mundo corporativo e empresarial acerca daquela empresa. E isso é muito bom e altamente justificável.

PME NEWS – Muitas palavras em inglês e expressões de origem tecnológica ingressaram no Vocabulário Ortográfico da língua portuguesa em 1998. Com a pandemia, novas palavras e termos vêm se tornando correntes em nosso vocabulário. Esse fato contribui ou compromete à comunicação corporativa?

Jeferson Dantas – O anglicismo sempre esteve presente em nosso uso cotidiano e nunca trouxe grandes transtornos para a comunicação de um modo geral. Palavras como “mouse”, “on-line”, “off-line” foram surgindo e sendo inseridas em nossas falas e escritas e, aos poucos, foram sendo incorporadas naturalmente. E hoje, com a pandemia, termos como “lockdown” foram sendo usados e inseridos ao nosso cotidiano. Mesmo que nem sempre haja um entendimento literal dos termos, as situações de uso que o envolvem normalmente sugerem o sentido. Além disso, a propagação na e pela mídia contribui para essa incorporação. O importante é saber dosar e não exagerar nos termos estrangeiros, pois eles podem conviver harmoniosamente com a língua portuguesa.

PME NEWS – Que áreas do mercado de trabalho exigem o bom emprego do idioma português?

Jeferson Dantas – Sinceramente, acredito que todas as áreas deveriam atentar-se para o bom emprego do seu idioma, pois isso eleva a pessoa profissionalmente, além de enaltecer a imagem da empresa. No entanto, sem dúvida, existem algumas áreas que trabalham diretamente com o uso da língua portuguesa, como profissionais do direito, profissionais do magistério, jornalistas e comunicadores de um modo geral. O mais importante é o profissional entender o quão necessário será o uso da língua em seu cotidiano a fim de transformar a si e aos que estão a sua volta. Valorizar a língua ajuda a valorizar a sua própria área de atuação e o seu país.

PME NEWS – O português é um das línguas mais faladas no mundo e a quinta mais usada pelos internautas. Que fatores podem contribuir para o nosso idioma estar no topo do ranking?

Jeferson Dantas – Inicialmente, há de se verificar que as línguas mais faladas no mundo passam por fatores populacionais e econômicos (ou de interesse profissional, diríamos assim). Por isso, o inglês e o chinês são as mais faladas. A língua dos americanos indica o quão dela as pessoas necessitam, seja para o trabalho, para o estudo ou para o lazer. Já o mandarim da China apoia-se no quantitativo populacional e, também, no poder econômico deste país. Logo, para a Língua Portuguesa alçar voos além de suas fronteiras deveria emergir-se da importância econômica dos países falantes pelo mundo e de uma própria valorização em seus países de origem. E, obviamente, do crescimento populacional em suas próprias fronteiras. E o Brasil, nos quesitos econômico e crescimento populacional, tem tudo para contribuir com a expansão de nossa língua nacional. E nas redes os próprios rankings apontam o crescimento vertiginoso de brasileiros utilizando a internet, logo a língua portuguesa passa a ser mais usada. Sem dúvida, mais importante do que estar no topo do ranking das mais faladas ou usadas é valorizá-la.

Pense Nisso

“Todas as áreas deveriam atentar-se para o bom emprego do seu idioma, pois isso eleva a pessoa profissionalmente, além de enaltecer a imagem da empresa”.

Jeferson Dantas

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