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Futebol PME

Roberto Tahan
Engenheiro Quimico, MBA, Black Belt
CEO da Tahan Consultoria

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Qual é a relação do Futebol com as PMEs?

Se pararmos para pensar, são muitas. Neste artigo faço um paralelo para refletirmos.

Vamos tomar como base, o Brasil, em dois períodos distintos. As décadas de 60 e 70 versus dias atuais. Há cinquenta anos, o futebol estava despertando do amadorismo. Não havia complexidade nos negócios. Os contratos, quando existiam, eram simples, somente para clubes conhecidos e eram conduzidos pelos clubes diretamente entre os jogadores e/ou familiares ou amigos próximos. As cifras também não eram astronômicas. Os jogadores não eram vistos como atletas e o futebol era praticado somente por quem gostava mesmo. Nem era considerado uma profissão. Quando uma mulher resolvia casar-se com um jogador de futebol, logo os pais pensavam: “Puxa vida, logo um jogador de futebol, não poderia escolher um médico ou engenheiro?”.

No cenário atual, a brincadeira acima, podemos dizer que quando uma mulher apresenta aos pais um noivo médico ou engenheiro, os pais logo pensam: “Puxa vida, logo um médico (ou engenheiro), não poderia escolher um jogador de futebol?”.

Assim como nas empresas, hoje o futebol profissional conta com uma infraestrutura de apoio à gestão. A comissão técnica por exemplo, tem a disposição um time que vai além dos jogadores, como profissionais especialistas em softwares de análise tática e física, nutrólogos, fisiologistas, fisioterapeutas, psicólogos e fornecedores de máquinas e equipamentos para treinamento, kits de treinamento, caneleira, uniformes, enfim, uma gama enorme de soluções.

Porém, o cenário descrito representa apenas a ponta do iceberg. Abaixo, existe uma legião imensa e indescritível de escolas, clubes e campeonatos não federados com nenhum membro da FIFA e que, também, movimenta outra fatia enorme de oportunidades. Refiro-me às milhares de escolinhas de futebol espalhadas pelo Brasil, apenas para focar no nosso mercado. Esse mercado monstruoso é composto por jovens, em que os pais investem quando veem no filho uma chance de ser um jogador de futebol. Existe opções para todos os níveis sociais, porém algumas referências e experiências pessoais apontam para um gasto médio entre 1.000 e 1.500 reais mensais, com filhos entre 11 e 17 anos podendo chegar a 2.400 reais. Além das escolinhas de futebol, esse universo envolve profissionais como: gerenciadores de mídias sociais, personal trainers, fotógrafos, nutricionistas, juízes, dentre outros.

De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Brasil, já existem 136 clubes-empresas, que, claro, muitos são de pequeno porte. Alguns são fundados para vender atletas, concentram-se no Sudeste e têm estruturas primitivas. Desse total, 63 não disputam nenhuma divisão em campeonatos estaduais, 24 estão na terceira e na quarta divisões, 29 na segunda e 20 na primeira. Além desse número, existe outra legião de escolas e empresas que não disputam campeonatos estaduais, mas sim locais e outro número assombroso que disputam apenas ligas e torneios fora dos calendários das federações locais.

Entre os clubes tradicionais, o Cruzeiro foi o primeiro a aderir a nova lei da SAF (Sociedade Anônima do Futebol). Botafogo, Vasco e o Cuiabá também aderiram. Outros clubes estão em processo. O Red Bull Bragantino é um excelente exemplo de sucesso. Outras agremiações, menos tradicionais nacionalmente, fazem parte dessa lista, por exemplo, Lajense (AL), Atlântico (BA), Cariri (CE), CZT (DF), Doze (ES), Boston (MG), Tapajós (PA) e Ricanato (TO), todos esses fazem parte do universo das empresas-futebol.

Para finalizar, cito dois exemplos que conheci pessoalmente.

No primeiro caso, sem citar nomes por questões de confidencialidade, conheço um empresário que assumiu a gestão de duas categorias de base de um clube em São Paulo. Com investimento mensal próximo de 200 mil reais, esse empresário é responsável por toda a estrutura de formação de atletas, como preparação física, médicos, treinadores etc. e tem como objetivo vender jogadores diretamente para um país da Europa.

No outro caso, cito a relação entre a escola de futebol MiniKraques e a escola de Inglês Tali & friends, ambas na zona oeste da cidade de São Paulo. O MiniKraques foi fundada e é comandada pelo experiente professor Leo Moreno. A Tali & Friends, pela também experiente publicitária Talita Treacher. Sob o ponto de vista de negócios entre micros e pequenas empresas, o MiniKraques aluga o campo de futebol da WS Arena e participa de diversas ligas e torneios. A Tali & Friends investe no patrocínio de camisas do MiniKraques, como parte de divulgação da escola. O MiniKraques é composto em três pilares; a escola de futebol, a participação em campeonatos e as ações sociais. A Tali & Friends, também está estruturada em três pilares, aulas online, aulas presenciais e o projeto Alpha, que são aulas gratuitas voltadas às famílias carentes. As duas empresas têm como receitas as manutenções mensais dos pais e estão estruturadas para atender políticas sociais. Esse pequeno exemplo cita como o circulo virtuoso do futebol extrapola a barreira do esporte, mostrando oportunidade de investimentos, que é associar uma marca a escolas de futebol que estão em crescimento. Cotas de patrocínio para essas empresas de futebol cabem no orçamento de outras pequenas empresas. O retorno é assegurando pelas divulgações nas mídias sociais.

Enfim, o universo do futebol e empresa está apenas começando no Brasil. Todas as estatísticas serão rapidamente mudadas. Esse é o momento para as pequenas empresas investirem em pequenos clubes/escolinhas e verem as duas partes crescerem. Esse artigo usei como exemplo o futebol, mas o esporte em geral está em pleno desenvolvimento e necessita das PMEs como base para crescimento.

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