A agricultura no Brasil até o século passado possuía apenas 2% das lavouras com maquinário. Um processo basicamente de subsistência, mas com incentivos governamentais, tecnologias, estudos, profissionalização do setor, planos e manutenção de matas originais e cultivo de vegetação nativa, o nosso país passou a ser uma referência no mundo no setor agrícola.
A tecnologia empregada em pesquisas contribuiu para o desenvolvimento de técnicas de plantio, estudos de solo, condições climáticas, tudo para o melhor aproveitamento do setor, vida dos envolvidos e natureza.
O estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) aponta as megatendências para o agronegócio para os próximos dez anos. Denominado “Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira”, o levantamento elenca pontos como mudanças climáticas, mudanças espaciais e socioeconômicas na agricultura, a necessidade de agregar valor às cadeias produtivas para agradar ao consumidor cada vez mais exigente e a melhoria na gestão para a redução dos riscos que geram perda anual de R$ 11 bilhões – o que equivale a 1% do PIB da agricultura nacional.
Um dado importante apresentado pelo Canal Agro do Estadão, aponta que o Agronegócio gerou 152 mil empregos formais no primeiro semestre deste ano, sendo 38 mil apenas no mês de junho, a maioria no estado de São Paulo. Sinal de expansão significativa no setor.
Mas onde a tecnologia e transformação digital entra nisso tudo?
Os estudos, mapeamentos e acompanhamento dos dados coletados, se beneficiam das tecnologias já disponíveis, entre elas: Data analysis, Cloud, IoT, 5G e Inteligência Artificial que apenas são moldadas para setor.
Em janeiro de 2019 a IBM através do seu canal The Weather Company publicou o “Watson Decision Platform for Agriculture – AI-driven insights for the agriculture ecosystem” (Plataforma de decisão Watson para agricultura – Insights baseados em IA para o ecossistema agrícola ).
Embora várias soluções para o uso de dados para melhorar a lucratividade e produzir safras maiores tenham sido propostas, certas barreiras levaram os produtores a resistir à transformação digital e, em vez disso, a manter as técnicas tradicionais. Por exemplo, muitas dessas abordagens colocam muita dependência do produtor em tomar medidas manuais para fazer a solução funcionar ou contam com acessibilidade remota à Internet para coletar as informações necessárias. Consequentemente, enormes quantidades de dados agrícolas são gerados/coletados, mas nunca usados.
Decisões mais rápidas e inteligentes para a agricultura – O “Watson Decision Platform for Agriculture” ajuda a superar esses obstáculos, combinando o poder da Inteligência Artificial (AI), análises e percepções preditivas com dados agrícolas exclusivos da Internet das Coisas (IoT), a experiência de líderes veteranos do setor e décadas de pesquisa da IBM.
Hoje isso já é uma realidade em múltiplas plataformas e diversos Players de mercado e startups AGRO, promovendo serviços de Imagens de satélite ou uso de Drones & Vant equipados com câmeras para mapeamento de áreas com determinada cultura, acompanhamento da irrigação através de sensores conectados, manejo de animais remotamente ou através de gates (portais) de RFID com coleta de informações em tempo real sobre a saúde e o desenvolvimento dos animais.
O emprego de Inteligência artificial gerando modelos (machine learn) para estudos de sementes resistentes a pragas, secas de determinadas regiões, genes de animais para melhor resultado no cruzamento, ciclos climáticos, previsões do tempo, tudo isso podendo ser publicado em tempo real para uma central de acompanhamento ou até mesmo devolver instruções para os equipamentos com colheitadeiras, irrigadores de solo e estufas climatizadas.
Toda essa massa de dados, somada com inovação, geram novas oportunidades de emprego, qualidade no produto e segurança para cadeia produtiva e ao consumidor.
Neste mês tivemos o Leilão da banda 5G no Brasil, o impacto desta tecnologia no agronegócio será na velocidade de rede 100 vezes maior da rede de internet móvel e na falta de cobertura no campo, levando conectividade aos rincões rurais. Essa tecnologia irá acelerar o emprego de mais ferramentas digitais no campo e o processo de comunicação entre máquinas (Machine to Machine – M2M) que terá uma latência muito baixa.
Drones & Vant se comunicando com tratores e aplicadores de sementes, acompanhamento por imagem de alta resolução (4K) da plantação ou atendimento veterinário remoto no meio do pasto. Emprego de realidade aumentada para manutenções ou reconhecimento de pragas utilizando um simples celular.
Tudo isso já é uma realidade e tende a se expandir e tornar o processo mais barato.