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O apoio da Consultoria para as PMEs de todas as áreas

Se você é gestor de uma pequena empresa e pensa que contar com o apoio de uma consultoria é um recurso que apenas as grandes empresas têm, então acredite, essa visão pode estar equivocada.

Roberto Tahan, CEO da Tahan Consultoria, experiente consultor, em entrevista concedida este mês ao PME NEWS, se coloca no lugar do pequeno empresário e aponta as diferenças aplicadas nas consultorias envolvendo as PMEs e as de grande porte, além de citar exemplos interessantes, com dicas do apoio de uma consultoria para este perfil de empresa. Confira!

Bastidores

  • O estudo divulgado pela Deloitte Digital, com 15 mil consumidores em todo o mundo, aponta o desempenho da Realidade Aumentada (RA) junto aos consumidores. Para 56% dos entrevistados, as experiências digitais de Realidade Aumentada tornaram-se mais importantes durante a pandemia.
    Para 67% dos usuários, a RA é mais utilizada em casa para atividades envolvendo: comunicações (74%), jogos (55%), mídia e entretenimento (52%) e compras (41%). O levantamento aponta que 1,5 bilhão de consumidores usam a RA hoje e prevê que esse número poderá chegar a 4,3 bilhões de pessoas em 2025.
    Quanto aos negócios, os gastos mundiais com este recurso devem alcançar a marca de US$ 12 bilhões ainda este ano, com a expectativa de ultrapassar US$ 72 bilhões em 2024.
  • O turismo nacional deve movimentar até o final do ano, R$ 60,6 bilhões. Aproximadamente R$ 7 bilhões a mais do que no ano passado, é o que aponta o IPC Maps. De acordo com o levantamento, o país contava em 2019 com 88.814 mil estabelecimentos do setor. Durante a pandemia, cerca de 12 mil empresas não resistiram e fecharam. Este ano, o cenário melhorou um pouco e o país já conta com 78.046 mil unidades instaladas. Na distribuição por regiões, o sudeste terá melhor desempenho com R$ 33,5 bilhões, seguido da região Sul (R$ 9,7 bilhões), Nordeste (R$ 8,1 bilhões), Centro-Oeste (R$ 5,6 bilhões) e Norte (R$ 3,75 bilhões).
  • O Pix já é o terceiro meio de pagamento mais usado no país, segundo a pesquisa da MRM Commerce com a MindMiners realizada com mil consumidores do país. O cartão de crédito lidera a preferência, com 59%, seguido de boleto bancário, com 15%. O Pix vem em seguida com 11% e o cartão de débito com 8%.
    Um outro levantamento realizado pela Consultoria Gmattos, em setembro deste ano, sinaliza que mais de 50% das grandes lojas online brasileiras já oferecem o Pix como opção de pagamento. Em janeiro a consultoria havia divulgado outro estudo que apontava a aceitação deste meio por apenas 17% das lojas. Já para novembro, com a blackfriday, a expectativa é de se chegar a 70% dos lojistas online oferecendo este meio de pagamento.

Novos Desafios

  • Vinícius Taddone assume presidência da BNI Sigma de São Paulo.
  • Luciana Vasallo Coelho é a nova Diretoria de Novos Negócios na RNI, empresa do Grupo Rodobens.

Dados Impressionantes

  • O investimento em startups no Brasil de janeiro a setembro deste ano bate recorde e chega a R$ 33,5 bilhões. O triplo, se comparado ao mesmo período de 2020. É o que aponta o estudo realizado pela KPMG e pela Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP). Neste período foram identificadas 226 operações, bem acima dos 147 em 2020. De julho a setembro o investimento foi cerca de R$ 130,7 milhões, 63% a mais do que o mesmo trimestre do ano passado.
    Segundo o levantamento, a desvalorização do real em relação ao dólar, foi um dos fatores que contribuiu para este desempenho, por tornar o investimento mais barato para fundos estrangeiros no Brasil. A alta concentração dos investimentos no setor de fintechs e de empresas de software que atendem a setores variados também se destacam. Outro fator determinante foi a pandemia, que proporcionou a criação de novos negócios, com destaque aos segmentos de e-commerce e saúde.
  • O relatório “Monitor de Empregos e Salários” divulgado Brasscom aponta que o Macrossetor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) criou este ano, de janeiro a agosto, 147.248 novos postos de trabalho no país. Um aumento de 149% comparados aos criados em todo ano de 2020 que foi de 59 mil. Só no mês de agosto foram contratados 20.880 profissionais, um aumento de 55% comparadas às 13.482 vagas criadas no mesmo período do ano passado.
    Uma preocupação apresentada no estudo deve-se a atração e a capacitação de talentos na área, com a formação de perfil tecnológico anual de apenas 46 mil profissionais.

 

Agenda

8 a 11 de Novembro
FUTURECOM Digital Week
Informações: https://www.futurecom.com.br

Entrevista

Esta coluna é destinada a entrevistas com especialistas, gestores, executivos e empresários de destaque.

Segue a entrevista do Roberto Tahan.

PME NEWS – Qual a diferença entre uma consultoria prestada para uma PME comparada a uma empresa de grande porte?

Roberto Tahan – Essencialmente, numa PME, o critério mais sensível é preço, porque os recursos financeiros são menores e, portanto, qualquer dinheiro gasto é muito dinheiro. Por outro lado, as PMEs não são gerenciadas por orçamentos rígidos preparados em anos anteriores e submetidos a rígidos protocolos de aprovações, como são, por norma, feitos numa empresa de maior porte. Outra diferença essencial é que você trata diretamente com o dono, sócios ou familiares ao invés de departamentos. Nesse ponto, existem vantagens e desvantagens. Por exemplo: numa PME, se o tratamento for diretamente com o dono é diferente se houver uma sociedade ou familiares, pois pode haver discordância da necessidade da consultoria quando mais de uma pessoa toma a decisão. No mesmo exemplo, numa empresa grande, o poder de decisão geralmente é diluído e as decisões são mais demoradas do que numa PME.

PME NEWS – O fato de uma PME ter recursos mais limitados que uma empresa de grande porte pode ser um problema para o consultor?

Roberto Tahan – Nunca. O objetivo do consultor é sempre o mesmo, quer seja uma PME ou numa empresa global. Resolver os problemas ou trazer soluções para o cliente. Simples assim.

PME NEWS – Há diferença na aplicação do uso das metodologias quanto ao porte das empresas?

Roberto Tahan – As metodologias são as mesmas. Mas, o que muda muito é a linguagem. Em geral, PMEs não gostam muito de “estrangeirismos” ou “modismos”, ainda que entendam e concordem com elas. Por exemplo: Se uma empresa tem um problema com reclamações de clientes, o trabalho a ser desenvolvido é reduzir drasticamente as reclamações de clientes. Se um consultor investir muito tempo em ensinar técnicas de Lean Six Sigma, FMEA, Agile, Kanban, Kaizen ou MASP, a sensação gerada é de perda de tempo e consequentemente, também perda de dinheiro. Isso gera frustração no cliente. É melhor se envolver com corpo e alma com a PME e trazer resultados rápidos e, com o tempo, introduzir técnicas preventivas. Um incêndio numa PME é proporcionalmente maior do que numa empresa grande. Não tem jeito, primeiro apaga-se o incêndio. Em seguida, fortalecem-se os procedimentos. Diferente de uma empresa grande, envolvimento direto pode ser visto como intromissão, catapultando o projeto.

PME NEWS – Como deve ser a abordagem de um projeto em uma PME?

Roberto Tahan – Na maioria das vezes, no primeiro contato com o cliente, o problema é apresentado sem rodeios ao consultor e, já nesse primeiro contato, o cliente já quer assegurar que o consultor é competente para resolver o problema. Um exemplo é o dono da PME necessitar de ajuda para aumentar as vendas. Um outro exemplo é uma fábrica que atrasa em demasia as entregas, mesmo com capacidade ocioso. Nos dois casos, cabe ao consultor entender o problema e implementar o resultado esperado pelo gestor da PME. É importante ressaltar que o resultado esperado é definido pelo dono ou gestor da PME, porém o caminho é definido pelo consultor. É para isso que ele está sendo contratado. Se o dono da PME soubesse o caminho, não precisaria do consultor.

PME NEWS – Onde uma PME se iguala a uma empresa de grande porte e como o consultor contribui?

Roberto Tahan – No doce de leite e na linguiça toscana. A Nestlé, multinacional fabrica e vende doce de leite igual ao laticínio DOM. A Sadia (BRF) fabrica e vende linguiça toscana igual ao Pirineus Embutidos. Bem, igual é uma maneira de definir. Claro, as empresas diferem e muito nos sistemas de produção, tecnologia e distribuição. Porém, para o consumidor que olha na prateleira, no ato da escolha, tem uma opção de compra para cada produto, em outras palavras, Nestlé ou DOM para o doce de leite ou então, Sadia ou Pirineus para a linguiça toscana. Não importa qual a decisão do produto a ser comprado, nessa hora, a legislação é a mesma, ambas as empresas, PME ou grande porte, são reguladas por leis sanitárias, não só com respeito a boas práticas de fabricação, como por controle de matérias primas, dos equipamentos em contato com alimento, das embalagens usadas e até especificação dos dizeres dos rótulos. As PMEs não têm a mesma estrutura que empresas de grande porte. Como resultado, o suporte de um consultor é fundamental para desenvolver as fórmulas, aos processos produtivos, aos controles de perdas, controles de inventário, distribuição, custos e, depende do tamanho da PME, da informatização. Em poucas palavras, o consultor pode gerar caixa para empresas na solução de problemas, em projetos de redução de custos e em todas as questões regulatórias.

PME NEWS – Treinamentos são efetivos em uma PME?

Roberto Tahan – Em princípio, podemos assumir que PMEs não investem em treinamento, devido ao conceito de controle de gasto. Em parte, é verdade. Mas, o custo do treinamento não é a principal restrição, mas sim, o tempo. Os colaboradores de PMEs muitas vezes executam várias funções e tem, por consequência, tempo limitado. Também é comum colaboradores de PMEs terem um conhecimento genérico amplo, dado sua necessidade de realizar tarefas bastante diversas. Mas, claro, treinamentos são investimentos sempre necessários e com retorno garantido. Como conclusão, os treinamentos devem ser customizados de acordo com o tamanho da PME e do conhecimento do público-alvo. Em uma ocasião, uma empresa me pediu um treinamento que tinha que ser feito no dia seguinte e em, no máximo, quatro horas. O tema era sobre fabricação e aplicação de uma determinada embalagem. Esse treinamento, em uma situação normal, levaria 16 horas. Logicamente, tive que improvisar. No outro dia, sem nenhum material preparado, escrevi num flip chart todos os tópicos que iriamos cobrir, abri o computador e fui explicando as matérias primas, equipamentos e aplicações nos clientes, abrindo os sites dos fabricantes e vídeos do YouTube. O resultado foi surpreendente.

PME NEWS – Há diferença do apoio da consultoria para as PMEs quanto a sua área de atuação?

Roberto Tahan – Essa pergunta é muito importante e requer uma reflexão cuidadosa, porque a resposta pode ser sim ou não. A resposta é não, quando a dor for a mesma em qualquer área de atuação, como no caso da dor do cliente ser velocidade interna de um processo, ou então, reclamação de clientes. Nestes dois casos, um mesmo consultor pode ajudar nas indústrias, comércio, serviços, entre outras. Por outro lado, a resposta é sim, quando a dor do cliente requer um conhecimento muito específico, como no caso de uma empresa de embalagem que quer desenvolver uma embalagem específica para um certo tipo de alimento. Nesse caso, a PME pode recorrer a um consultor que tenha conhecimento e experiência em resinas plásticas e processos de extrusão, impressão e corte e solda.

Pense Nisso

“O objetivo do consultor é sempre o mesmo, quer seja uma PME ou numa empresa global. Resolver os problemas ou trazer soluções para o cliente. Simples assim”.

Roberto Tahan

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