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Rachel Chatah Mansour
Improving Skills

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Entrevista concedida pela diretora da Improving Skills, Rachel Chatah Mansour, ao PME NEWS, edição de Janeiro de 2014 – Tema: “A Importância do Idioma Estrangeiro nas Empresas”.

PME NEWS – Quais os principais benefícios de se dominar um idioma estrangeiro?

Rachel Chatah Mansour – Por muitos anos, dominar um idioma estrangeiro era um diferencial e o profissional que falava uma língua com fluência era uma pessoa de destaque. Com a globalização, fez-se necessário falar um “idioma universal” e a Língua Inglesa ganhou destaque por ser a língua franca (língua escolhida) para a comunicação mundial. Em muitos países, ser bilíngue ou trilíngue era comum. No Brasil, essa característica vem crescendo nos últimos anos.

Hoje, muitas empresas usam a língua inglesa como ferramenta na rotina com estrangeiros ou até mesmo entre brasileiros. O domínio do idioma estrangeiro conecta as pessoas ao mundo e amplia o conhecimento de diferentes culturas, sem sair do lugar.

Autoestima é um tópico importante quando falamos sobre o benefício de se aprender um idioma, pois o status de não estar fora de moda é também essencial para a imagem do funcionário na empresa e a imagem do cidadão no mundo.

PME NEWS – Há um número elevado de profissionais que estudam ou já se formaram em cursos de idiomas. Por que ainda há uma limitação quanto à comunicação fluente no ambiente de trabalho?

Rachel Chatah Mansour – As gerações que dominam o mercado de trabalho atual não estudaram em escolas bilíngues. Muitos fizeram cursos extras de inglês e adquiriram o idioma como língua estrangeira. O mercado, entretanto, requer um uso natural do idioma e os métodos tradicionais antigos não objetivavam a utilização do idioma, mas o conhecimento da língua. Infelizmente, esse fato fez com que, mesmo com curso completo, os profissionais não ficassem aptos a usar a língua para as difíceis tarefas que requerem total fluência.

Muitas vezes o aluno faz a aquisição do idioma até o nível básico ou intermediário. As tarefas profissionais que requerem o uso do idioma, entretanto, exigem o nível avançado.

Falar com um nativo, resolver questões profundas não são tarefas fáceis.

Num futuro muito próximo, profissionais que vieram de escolas particulares não viverão mais tal problemática, pois houve um investimento muito alto, na língua inglesa, por exemplo, nos últimos 20 anos no nosso país. Atualmente, temos, inclusive no Rio de Janeiro, escolas públicas bilíngues e eu, como brasileira, muito me orgulho disso.

PME NEWS – Por que é grande a evasão de professores nos cursos de idiomas?

Rachel Chatah Mansour – Professores de língua estrangeira têm um mercado muito rico. Aulas particulares, creches, escolas, empresas, hotéis, dentre outros lugares, empregam profissionais do idioma e, em especial, professores de Inglês.

Com o aquecimento do Brasil no cenário internacional, muitas empresas vêm investindo aqui e a demanda por profissionais de domínio da língua estrangeira cresceu bastante, inclusive para assumir cargos de gestão. Assim, professores de idiomas estrangeiros, formados em LETRAS em boas universidades e com licenciatura (curso para lecionar) têm se afastado do magistério para atender essa demanda.

O salário da categoria ainda deixa muito a desejar e a rotatividade é bem grande. Atualmente, algumas entidades de ensino de idioma vêm se mobilizando para reverter esse cenário, adotando alguns benefícios como plano de carreira, plano de saúde e outros incentivos.

PME NEWS – Que ações devem ser aplicadas, em especial nas micro e pequenas empresas, para estimular a inclusão dos funcionários em dominar fluentemente o segundo idioma?

Rachel Chatah Mansour – Seja para pequenas, médias ou grandes empresas, os profissionais devem ser estimulados a aprender o idioma através de aulas com objetivos específicos (“English for Specific Purpose”). Esse é o melhor método para o adulto que já estabeleceu os objetivos para suas aulas, diferente de uma criança ou até mesmo de um adolescente.

Nessa metodologia, o aluno não aprende as quatro habilidades (ler, escrever, ouvir e falar), ele se dedica apenas à habilidade foco. Portanto, se ele só responde e-mails, suas aulas são voltadas à escrita. Assim como, se o objetivo é usar o telefone, a conversação será priorizada.

Alguns sindicatos e entidades de classes possuem convênios com cursos de idiomas. Há casos em que os cursos são aplicados no estabelecimento da instituição.

Essa prática vem sendo bem aceita, principalmente para as pequenas empresas.

Por fim, vale dizer que, embora os métodos sejam ricos e dinâmicos, o principal ingrediente da receita ideal é a conscientização do estudante e seu máximo empenho.

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