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Hora de passar o bastão, e agora?

Mauricio Stelling
Coach Executivo e Palestrante
Fundador da Jornada Executiva

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Focar mais na estratégia e menos no operacional, se afastar um pouco do dia a dia da empresa, se candidatar para uma posição mais sênior ou até mesmo ter mais tempo livre para outras atividades. São muitas as razões que levam um líder a buscar um sucessor para sua posição, inclusive se livrar das “algemas de ouro”, termo que eu ouvi de um CEO, que retrata bem o quão difícil é delegar o poder para outra pessoa.

O processo de construção de uma linha de sucessão pode ser complexa, especialmente quando já temos um forte candidato para ocupar a nossa cadeira. Líderes investem muito tempo tentando ensinar aos seus sucessores aspectos estratégicos do negócio ou desenvolver as habilidades que, na visão deles, os tornaram bem sucedidos. E se eu dissesse que muitos podem estar gastando energia demais tentando moldar pessoas sem observar como usufruir de todo o seu potencial e, principalmente, sem se lembrar que o mundo daqui a 5, 10 ou 15 anos será completamente diferente.

Afinal de contas, quais são então as competências que todo líder deve buscar ao escolher o seu sucessor?  Aqui vão as minhas percepções sobre este tema com a lista das 5 competências, que independentemente do tipo do negócio, o líder deve buscar ao escolher aquele para quem passará o bastão, pensando em uma liderança para o futuro:

Pensamento Global

Capacidade de entender que tudo está interligado. Você pode estar se perguntando: “Mas por que um negócio muito local – digamos, o açougue da esquina – precisa ter pensamento global?” Minha resposta é simples: “O que acontece com ele se for identificada uma suposta contaminação no gado brasileiro e as exportações para a China forem interrompidas? Ou, pelo contrário, se elas forem intensificadas? Como fica o acesso à principal fonte de sustento do seu negócio?” O simples fato de esse açougueiro hipotético pensar de forma global pode levá-lo a identificar a necessidade de diversificar a sua oferta ou criar mecanismos de proteção para a sua operação.

Diversidade cultural

Mais do que aceitar a diversidade, é preciso abraçá-la, entender os enormes benefícios de contar com a contribuição de pessoas que trazem pensamentos, repertórios, informações, histórias e estilos diferentes. A diversidade é, na minha opinião, o principal motor da criatividade. O líder que somente recruta pessoas que pensam como ele, terá muita dificuldade em construir soluções “fora da caixa” ao se deparar com desafios incomuns.

Ser fluente em tecnologia

É possível imaginar uma pessoa em posição de liderança que não lide bem com tecnologia? Essa é a terceira competência. Como usar a tecnologia para alavancar os resultados da equipe, do negócio, da área, é um questionamento fundamental para o líder de hoje e do futuro. Identificar oportunidades de melhorias em plataformas existentes e liderar integrações com sistemas de outras áreas evidenciam uma grande maturidade de uma liderança.

Construir alianças e parcerias

Muito se fala sobre quebrar os silos. Ao invés de perder tempo e energia tacando pedra no outro, colocando a culpa no outro, é preciso saber construir parcerias, dentro e fora das organizações. Quem quiser entrar no jogo sozinho ou construindo inimizades vai ter muita dificuldade de seguir em frente e de chegar longe. Mobilizar seus pares para atingir seus objetivos se tornou uma habilidade mandatória.

Atuar como facilitador

Esquece aquele líder que tudo sabe e que distribui ordens. A liderança do futuro – diria até, do presente – tem mais a ver com facilitação. O que precisa ser feito, como vai ser feito, quais são os caminhos, quais os riscos… Tudo isso precisa ser discutido com a equipe e construído de forma coletiva, colaborativa. Usar perguntas ao invés de ordens ajuda na construção de soluções que nascem a partir do seu time. Afinal, as pessoas irão sempre defender o mundo que ajudaram a criar.

Que tal a partir de agora olhar seu potencial sucessor com uma visão diferente, buscando comportamentos e atitudes que representem a manifestação destas competências? O futuro será gentil com os líderes que estiverem alinhados com este novo modelo de pensar. Já aqueles que ainda acreditam que os estilos de liderança do passado garantem resultados no futuro terão uma jornada mais desafiadora. O melhor de tudo é que ainda há tempo para mudar. Vamos?

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