Já há algum tempo começamos a viver ligados, ou melhor, “colados” ao mundo virtual. O celular passou a ser uma extensão da nossa inteligência e capacidade. E faz um paralelo com a ideia de Elon Musk de implantar um chip no ser humano, que aparentemente nos causa estranheza, mas guardadas as proporções é a mesma coisa.
Essa dualidade é replicada no que teremos pela frente com a WEB 3.0, através de possibilidades 3D e com a utilização de óculos de realidade virtual/ aumentada, poderemos vivenciar através de avatares (uma imagem gráfica gêmea e virtual nossa e de qualquer outro) experiências ou melhor vivências similares ao mundo físico.
Estamos falando do Metaverso, que significa estarmos inseridos num mundo que é quase um game da vida real, mas que na realidade trará ganhos substanciais para vivências pessoais e de negócios.
O potencial é enorme e ficou claro quando Marc Zukerberg anunciou no ano passado que a empresa Facebook passaria a se chamar Meta, apontando com ênfase que o Metaverso é a “próxima geração da internet”.
Mas também devemos considerar que isso faz parte de um processo evolutivo tecnológico e que na realidade tudo foi sendo esculpido para chegarmos ao que é hoje. Por exemplo: temos criptomoedas, realidade virtual, realidade aumentada, ampla gama de possibilidade gráficas, os NFTs (imagens comercializadas no mundo virtual – desde um quadro famoso até uma foto aleatória) e a própria estrutura e infraestrutura da WEB.
A Nike lançou no final do ano passado o Nikeland. Um game que permite aos jogadores vestirem seus avatares com produtos da Nike e interagirem através de jogos como natação e atletismo. A empresa está investindo forte nessa linha e adquiriu recentemente a empresa RTFKT especializada em calçados colecionáveis e exclusivos. Nesta direção temos também a GUCCI, Adidas e muitas outras. Mas, este movimento não está limitado ao segmento moda e acessórios. Muitas imobiliárias já começam a vender terrenos e os coworkings já estão disponibilizando salas para reuniões (com interação e recursos impressionantes).
Outra marca forte de olho no Metaverso é o McDonald´s. Neste mês a rede apresentou pedidos de registro de marcas do McDonald’s e do McCafe aos órgãos públicos norte-americanos com o objetivo de lançar NFTs associados à marca, além de inaugurar restaurantes virtuais com entregas em domicílio, dentre outras soluções.
O Wallmart também está neste movimento e pretende lançar lojas e vender todo seu mix, do eletrônico à higiene pessoal.
No mês passado este novo universo do 3.0 foi destaque da maior feira de varejo do mundo realizada em Nova York, a NRF 2022: Retail Big Show 2022, que aponta o grande potencial desta tecnologia em atrair marcas e consumidores do setor.
Mas vamos salientar que “Meta” pode ser também para o “Micro”, ou seja, é um mundo de inclusão que traz a possibilidade para as pequenas e médias empresas, ou melhor, traz o potencial de nivelar todos quase igualitariamente (certamente o porte de investimento pode ser diferenciado, mas ideias e inovação valem mais).
Algumas empresas de pequeno porte estão lançando seus produtos no OpenSea, maior marketplace de NFTs, que conta hoje com mais de 80 milhões de NFTs.
As imobiliárias que mencionei acima também podem oferecer aos clientes um tour virtual do apartamento dentro do Metaverso, antes deles comprarem o imóvel físico.
Há também startups que desenvolveram aplicativos para criar avatares que podem ser usados em diversas plataformas. Aliás, as startups estão imersas neste cenário com soluções para diversos setores, como: educação, saúde, marketing, entretenimento e muitos outros.
Segundo a gestora de ativos digitais Grayscale Investments o potencial desta nova realidade movimentará US$ 1 trilhão por ano. Então é o momento do empreendedorismo de todos os portes surfarem este potencial. Mas com as devidas atenções. Portanto é importante avaliar a estratégia, o business plan, os players existentes, casos de sucesso e insucesso.
Baseado no rápido desenvolvimento e potencialização do Metaverso, o mercado vem sinalizando a necessidade da adoção de uma legislação civil, tributária, comercial e de qualquer aspecto. Esta regulação é fundamental para dar segurança e sustentação aos negócios e até para pessoas físicas.
Enfim, uma nova página está sendo escrita, mesmo que virtual. Você está preparado?