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O meu negócio vale a pena?

Oscar Lewandowski
Economista e Professor Universitário

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Empresários e gestores questionam-se constantemente se seus empreendimentos devem ser feitos ou continuados. Cada um de sua forma pergunta-se: “O que eu ganho compensa o risco, o tempo e o capital que estou dedicando ao meu negócio ou trabalho?” Tal processo ocorre de forma inconsciente para alguns, já outros são capazes de mostrar o método de tomada de decisão que possuem, seja ele “científico” ou não.

Como avaliar se um projeto ou negócio vale a pena? De acordo com a teoria financeira, para se decidir se um projeto é aceitável ou não, existem diversos métodos de avaliação. Entre as técnicas mais estudadas nos cursos de administração estão: Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR), Payback Descontado e Índice de Lucratividade Líquida (ILL); que apresentam seus resultados respectivamente em: valor, taxa, tempo e índice. Essas técnicas buscam responder se um determinado investimento deve ser aceito ou não, tomando como base os fluxos e os custos de capital associados aos projetos; informações que são difíceis de se conseguir e que no mundo teórico são obtidos de forma conceitual ou assumidas de modo simplificado. Seria esta a maneira de julgar se um projeto está sendo viável?

No processo de avaliação, o custo de capital é uma variável fundamental e complexa que não pode ser determinada simplesmente pelo gosto do proprietário ou do comitê de decisão. Normalmente se reconhece que o custo de capital, também entendido como taxa de desconto, carrega informação sobre a taxa de risco zero (prêmio de espera) e estimativas sobre o retorno esperado para assumir os riscos relacionados ao projeto (prêmio de risco). Em outras palavras, é dizer que um empresário quer ganhar mais do que o valor que receberia se colocasse em uma aplicação segura (como a poupança ou o tesouro direto), sendo este “a mais” um valor referente ao risco na atividade que ele está envolvido.

A complexidade de identificação do fluxo de caixa não é menor em muitos casos do que a do custo de capital. Costuma-se estimar um orçamento associado a um determinado projeto para que se faça uma avaliação de viabilidade usando técnicas como as mencionadas acima. Empresas elaboram orçamentos para o planejamento assumindo os custos atuais ou com base em estimativas que dispõem no momento. Alguns gastos possuem alguma previsibilidade, como aluguel e salário dos funcionários contratados em folha, outros irão variar ao sabor do mercado como o de prestadores de serviço e matéria-prima na maioria dos casos.

As variações recentes que ocorreram nos últimos anos nos preços do petróleo, que impactaram nos custos do transporte, foram nocivas a muitos negócios; aqueles que conseguiam repassar mais rapidamente aos seus preços estas variações possuíam vantagens sobre os que tinham seus preços engessados pelo mercado. No final alguém paga a conta!

Em muitos casos é mais importante saber: “Quanto eu tenho que estar vendendo para dizer que vale a pena o meu negócio?” Para responder a essa pergunta a teoria apresenta a relevância de se reconhecer o ponto de equilíbrio. Note que normalmente o ponto de equilíbrio é o mínimo a ser buscado para se aceitar a continuidade ou aceitação de um projeto. Há muitas abordagens diferentes sobre o ponto de equilíbrio; portanto há denominações distintas para diferentes pontos de equilíbrio. Aqui não é o espaço para denominações conceituais e listagem de fórmulas variadas, mas de apresentação de relevância de se reconhecer que existem pontos de equilíbrios diferentes para objetivos diversos.

Imagine uma loja de sofá, onde após considerar os custos fixos e variados como assumidos e que para dado preço médio o dono conclui que precisa vender 400 unidades/mês para simplesmente pagar suas despesas com funcionários e luz. Nesta mesma loja ele concluiu que deve estar vendendo 500 unidades/mês para recuperar o que foi gasto nos veículos e na infraestrutura física da loja (maquinários, vitrine etc.). Ele afirma ainda que para compensar a quantia posta no negócio e os riscos por ele assumido, contraposto as alternativas que teria de investimento (custo de oportunidade) a quantia que deve estar sendo vendida é de 600 unidades por mês. Assim sendo, as quantidades de sofá (400, 500 e 600) são pontos de equilíbrios distintos para diferentes questionamentos.

Avaliar e reavaliar projetos é algo complexo e que precisa ser realizado de tempos em tempos em função das mudanças de custos, receitas e do mercado. O objetivo pode ser o de descobrir se vale a pena ou identificar quanto deve ser vendido para acreditar se determinado projeto está compensando. Como o mundo muda, não necessariamente o que é bom hoje, será bom amanhã! Consideração que todo empresário faz, tendo ou não consciência disso, a cada decisão tomada.

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